“Barrar a volta do neoliberalismo” no Brasil.
Reunidos no Fórum Social Mundial, em Porto Alegre, representantes dos autodenominados movimentos sociais fizeram uma assembléia em Porto Alegre.
Lançaram um calendário de mobilização eleitoral. Agendaram reunião para 31 de maio. E adotaram um lema:
“Barrar a volta do neoliberalismo” no Brasil.
Leia-se: levantar barricadas para deter o presidenciável oposicionista José Serra (PSDB).
A coisa toda foi conduzida pela CUT (Central Única dos Trabalhadores), braço sindical do PT.
A fila de oradores estava apinhada de gente do PCdoB, sócio minoritário do consórcio governista que dá suporte congressual a Lula.
Aprovou-se por aclamação um documento de conteúdo curioso.
Chama de tentativa de golpe a mobilização da oposição contra o governo em 2005.
Foi o ano do mensalão. Para o observador comum, um escândalo.
Para os movimentos sociais, mera tentativa de golpe.
Coisa equiparável, anota o documento aprovado nesta sexta, ao que se passou na Venezuela de 2002 e na Honduras de 2009.
O texto não diz, mas decerto a “sóciotontos” de Porto Alegre devem incluir no rol dos golpistas o ex-procurador-geral da República Antonio Fernando de Souza.
É ele o signatário da denúncia que, recebida pelo STF, levou ao banco de réus os 40 da “quadrilha” mensaleira.
Indagado acerca da instrumentalização política do Fórum Social, o companheiro Antônio Carlos Spis, da Federação Única dos Petroleiros, deu de ombros:
“Acho que temos que ter lado”. Que lado? “Estamos do lado do trabalhador, do movimento social, dos estudantes”.
A turma está fechada com a candidatura oficial de Dilma Rousseff, mas Spis simula distanciamento: “Não estamos preocupados com candidatura”.
Como assim? “Estamos preocupados com o possível avanço do neoliberalismo nessas eleições".
Disse que os movimentos sociais vão sugerir um "projeto nacional e popular" que nenhum candidato deve encampar.
"Duvido que qualquer candidato aceite nossa pauta. O primeiro ponto é o seguinte: implementação da reforma agrária já...”
“...Queremos democratizar os meios de comunicação, quebrar a espinha dorsal da Globo, da Bandeirantes, do SBT. Essas coisas não vão acontecer. O pessoal tem receio".
Curioso que, governados pelo fígado e hipnotizados por abobrinhas ideológicas, os movimentos sociais não queiram se ocupar das coisas que, por sensatas e realistas, ainda podem acontecer.
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