Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

1º escândalo de Obama

Oposição vê 1º escândalo de Obama em caso Blagojevich

Osmar Freitas Jr , Jornal do Brasil

NOVA YORK - O primeiro escândalo da administração Barack Obama estourou antes mesmo de ele assumir a Presidência. Apesar de não ter emergido ainda qualquer evidência de que o presidente eleito, ou membros de sua equipe, estejam ligados a atividades criminais, a revelação de que o governador do estado de Illinois, Rod Blagojevich, estava leiloando a vaga no Senado – que fora ocupada por Obama – caiu como bomba de fragmentação no cenário político. Os estilhaços atingem até pessoas que não estão na linha direta de tiro.

Fontes do escritório do Promotor Distrital do norte de Illinois – exigindo anonimato por causa da sensibilidade das investigações – disseram ao JB que não existem fatos incriminadores sobre o futuro presidente e seu círculo íntimo no que foi apurado do caso.

– O presidente-eleito não aparece em nenhum momento nas três semanas de gravações secretas dos telefones do governador Blagojevich. Também não há qualquer testemunha acusando Obama e seus assessores de terem participado nas negociações do governador de Illinois – diz a fonte, repetindo o que vem sendo dito pelo Promotor Distrital Patrick Fitzgerald, que comanda as investigações.

Mesmo assim, as manobras de Blagojevich continuam jogando dúvidas sobre a participação de Obama no esquema de corrupção de Illinois. E a oposição republicana coloca combustível nesta fogueira, procurando manter suspeitas sobre o envolvimento da equipe do presidente eleito no caso.

– A negação do presidente eleito, sobre participação no caso, foi curta e vaga. Para complicar mais a situação, houve desencontros nas afirmações feitas por assessores diretamente ligados a Obama. Devemos considerar também que Barack é parte importante do establishment político de Illinois. O cargo leiloado era ocupado por ele. Não parece provável que uma figura tão importante não soubesse nada sobre as sujeiras do governador do estado e estivesse desinteressado sobre a escolha de seu sucessor no Senado – disse ao JB a deputada republicana por Illinois, Renee Kossel.

A deputada aponta ainda o fato de a liderança do importante Sindicato Internacional de Serviços – um dos mais ligados ao presidente eleito e grande contribuinte para sua campanha – ter sido mencionada nas negociações pelo cargo no Senado. Nas gravações feitas pelos investigadores da promotoria, John Harris, chefe de gabinete de Blagojevich, sugere a sindicalistas que apontassem o governador, depois de expirado seu mandato, como chefe da organização Change to Win, uma federação que reúne sete sindicatos. Em troca desse cargo, que na avaliação de Harris significaria salários anuais entre US$ 250 mil e US$ 300 mil, o mandatário estaria disposto a nomear Valerie Jarrett ao Senado. Ela é considerada uma das pessoas mais influentes no círculo íntimo de Obama, e participou ativamente da política sindical no Estado.

Os problemas com esta linha de acusações começam com o fato de que Jarrett já fora nomeada por Obama para o cargo de Conselheira sênior da Presidência. E antes do escândalo, quando especulou-se sobre sua indicação para o Senado, o próprio presidente-eleito negou que isso pudesse ocorrer. De todo modo, nas elucubrações de Blagojevich, numa conferência telefônica com vários aliados, o governador falou durante duas horas sobre esta possibilidade. De fato, enumerou formas de pagamento que exigiria do presidente. Desejava: emprego de alto salário para sua esposa, poder de indicação de embaixadores, e ser apontado para o cargo de Secretário de Saúde e Serviços Sociais. No entanto, os meios políticos já sabiam há muito tempo que o ex-senador Tom Dashler estava com o cargo assegurado desde novembro. O próprio governador xingou várias vezes Obama, em gravações posteriores, por não ter conseguido contato ou resposta do presidente eleito.

– O cargo na Change to Win não tem remuneração. E o sindicato também não tem o acesso ao Presidente que o governador imaginava– diz Richard Durbin, senador democrata por Illinois. – Jarrett jamais aceitaria trocar um ponto de primeiro escalão na Casa Branca por uma cadeira no Congresso.

1 comentários:

Anônimo disse...

Também já trabalhei com gente que não merecia, mas só se sabe quem é com o convívio, mas político não tem vocação a santidade.