PF prende presidente do Tribunal de Justiça do ES
Lula Marques/Folha
No Brasil, bons advogados são aqueles que conhecem a jurisprudência.
Advogados ótimos são aqueles que conhecem os juízes certos.
E advogados geniais são aqueles que conhecem os juízes tortos.
Nesta terça (9), a Polícia Federal pôs em cana um grupo de peso.
Dois desembargadores, um juiz, dois advogados, uma diretora de tribunal e um procurador.
Entre os sete neodetentos está o desembargador Frederico Pimentel.
Vem a ser o presidente do Tribunal de Justiça do Espírito Santo.
Operação Naufrágio, eis o nome da investigação que levou essa gente ao cárcere.
Puxou-se mais uma ponta do véu levantado nas operações Têmis e Furacão.
A suspeita atual reitera as anteriores: apura-se o comércio de sentenças judiciais.
Sabia-se que a corrupção infesta o Executivo. Sabia-se que o Legislativo é micado.
Imaginava-se que os tribunais fossem a única maneira de obter justiça.
Sabe-se agora que não é bem assim. O nome do problema já não é corrupção.
O drama brasileiro passou a chamar-se promiscuidade.
Vá lá que a Justiça seja cega, mas não é admissível que lhe falte o olfato.
A cena, por malcheirosa, exige ação rápida e cirúrgica. Urge sanear as becas.
Generalizando-se a corrupção, que ao menos se restabeleça a justiça.
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