Veja o título original da matéria da Folha sobre os protestos ocorridos em São Paulo neste sábado, 1 de novembro, que pediam o impeachment da presidente Dilma Rousseff, bem como a auditoria das urnas eletrônicas.
Veja agora a chamada da Folha para a matéria original no Facebook:
Ou seja: a Folha dizia que O ATO pedia a “intervenção militar” – o que é falso – e que havia “cerca de mil manifestantes” – o que também é falso.
O jornalista Gustavo Uribe, autor da matéria da Folha – assim como seu compadre Ricardo Chapola, autor de matéria quase idêntica no Estadão -, foi criticado e ironizado por sites, colunistas e manifestantes antipetistas por distorcer os fatos e tentar desqualificar o movimento.
Alexandre Santos
Alexandre Santos, um dos organizadores do ato em São Paulo, ainda dera entrevista ao Jornal da Gazeta no local, mostrando que mesmo o pedido de impeachment feito pela multidão depende obviamente de investigações:
“A gente quer que os casos de corrupção do Petrolão sejam apurados e, se comprovados que a Dilma e o Lula sabiam dos esquemas, que seja feito o impechment dela imediatamente. A gente não aguenta mais. Não dá! É muito tempo de roubalheira.”
Até onde se sabe, quem pedia “intervenção militar”, na verdade, era um (hum!) suposto manifestante coincidentemente entrevistado tanto por Uribe como por Chapola. O único ato em prol de tal coisa aconteceu em março, reuniu no máximo poucas centenas de pessoas e, como anotei na ocasião, foi um tremendo fracasso justamente por conta dessa pauta. Recordar é viver:
Mas a demagogia barata continua, sob formas variadas.
No imprescindível artigo “Jornalistas petistas cobrem protesto anti-PT“, o editor do site Reaçonaria reuniu prints das contas de Facebook e Twitter de Gustavo Uribe, bem como links de suas matérias anteriores, demonstrando que “o jornalista é especialista na editoria ‘esculachar quem não vota no PT’”.
E ainda há idiotas o bastante para chamar qualquer direitista de “teórico da conspiração” quando aponta o viés esquerdista dos repórteres dos grandes jornais, que dão ao noticiário uma “parcialidade” que deveria se restringir a colunas de opinião – e, ainda assim, sem adulteração dos fatos.
Por conta ou não das críticas, a Folha corrigiu o título da matéria, muito embora sem alterar até o momento deste post a chamada no Facebook, muito menos dar à correção a mesma repercussão do texto original. Uribe ganhou companhia na autoria. Veja como ficou o texto – e repare que o link da postagem evidencia o título anterior. (O do Estadão segue inalterado.)
O número de manifestantes aumentou em 150%! (E há quem diga, como o Jornal da Gazeta, que eram pelo menos 5 mil.)
Intervenção, como se vê, é o que jornalistas militantes fazem nos fatos.
03/11/2014
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