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segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Juiz autoriza depoimentos no exterior de supostos operadores de Youssef




Testemunhas de 5 países foram indicadas pela defesa de João Procópio.
Ele seria o administrador no exterior de dinheiro do doleiro preso pela PF.

Camila Bomfim
Da TV Globo, em Brasília

O juiz federal Sérgio Moro autorizou os depoimentos em cinco países de sete testemunhas para esclarecer o esquema de lavagem de dinheiro investigado pela Operação Lava Jato, que movimentou cerca de R$ 10 bilhões, segundo a Polícia Federal, e apontou desvios de recursos na Petrobras.
Segundo a decisão, tomada na última quinta-feira (30) e que passou a integrar o processo nesta segunda (3), os depoentes são funcionários de banco e pessoas apontadas nas investigações da Lava Jato que teriam aberto empresas no exterior ou facilitado operações bancárias para o grupo do doleiro Alberto Youssef, preso por supostamente chefiar o esquema.

Além de Youssef, a Lava Jato levou à prisão o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, que teria operado um esquema de superfaturamento de contratos da estatal por meio de distribuição de propina. Depois de firmar acordo de delação premiada, ele passou a colaborar com as investigações, por meio de depoimentos, e, em troca, obteve o benefício da prisão domiciliar.

Os depoimentos no exterior foram um pedido da defesa de João Procópio, apontado nas investigações como operador do dinheiro de Youssef no exterior.

A Suíça já bloqueou US$ 5 milhões atribuídos ao doleiro, preso em Curitiba e que fez acordo de delação premiada para colaborar com as investigações em troca de benefícios, como redução da pena.

Serão intimadas para depor sete testemunhas: duas na Suíça, duas em Cingapura, uma no Panamá, uma em Londres e uma em Hong Kong.

Em Cingapura, Procópio indicou Martin F. de Cruz, citado pela Polícia Federal como responsável por criar duas empresas no exterior – a Savoy Trading e Onix –, que teriam participado das operações ilegais da quadrilha. Na Suíça, serão intimados Alessandro Seralvo e Eric Kunz, funcionários do banco PKB e citados nas investigações como responsáveis por manipular dados e contas para facilitar a ação do grupo de Youssef.

No Panamá, o juiz pede o depoimento de Ida A. de Rodriguez, que seria responsável pelas empresas Elba Services, Solvang Holdings e Thingrass Services. Em Londres, o pedido é para que seja ouvido o advogado Michael Reason, que teria estruturado as empresas Santa Clara e Santa Tereza; e, em Hong Kong, Wyman Leung, responsável por atos de pessoas jurídicas citadas na denúncia.

As datas dos depoimentos ainda serão determinadas. O juiz Sergio Moro indicou na decisão os acordos internacionais que permitirão esses depoimentos e estabeleceu o prazo de 15 dias para que as traduções sejam feitas. As declarações serão enviadas à Justiça Federal do Paraná.
03/11/2014

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