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segunda-feira, 16 de maio de 2011

“A mão que balança o berço” contra Palocci

Eu não gosto desse expediente de ficar especulando sobre quem é a fonte dessa ou daquela reportagem. Até porque, convenham, é um truísmo: raramente o jornalista tropeça num fato ou num indício relevante. Também não é corriqueiro que, movido a pura imaginação ou tomado por um insight, decida: “Ah, vou ver como anda o patrimônio de Palocci”. Nesse caso, interessa o fato de que se está diante de uma verdade, admitida pelo próprio ministro. Ele tem uma justificativa que considera boa para explicar a sua mansão suspensa. Até agora, só convenceu os seus amigos.

Não vou, reitero, especular sobre as fontes. É claro que foi algum adversário de Palocci que passou a coisa adiante. É assim quase sempre. A notícia deste post está no conteúdo das especulações, no “talk of the town” da rua política.

Há dois candidatos à “mão que balança o berço”.

Um é José Dirceu — “como sempre”, eu ousaria dizer. Os simpatizantes de Palocci são muito hábeis em usar o Maquiavel de Passa Quatro como um fantasma ameaçador… A coisa é mais ou menos assim: “Não reclamem de Palocci, não! Ele é a garantia contra Dirceu!”. E Dirceu também é muito hábil em fazer cara de culpado. Para um “consultor de empresas privadas”, é uma boa fama; sinal de que ele faz e acontece.

O outro é Ricardo Berzoini, um petista graúdo que vive dias de desprestígio. Como noticiou VEJA no fim do mês passado, ele anda ensaiando botar a boca no trombone. Até escrevi o post Vai, Berzoniev, conta tudo. Eu o chamo assim porque ele tem cara de burocrata soviético da década de 70…

Palocci, e ele sabe disso, só não tem o direito é de desconfiar das oposições, onde seu trabalho — o do político, não o do consultor — costuma ser mais apreciado do que no PT. No próximo post, eu lhes proponho um exercício de imaginação.


16/05/2011

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