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quarta-feira, 2 de março de 2016

Léo Pinheiro, da OAS, pode falar. Lula, Dilma e Wagner tremem nas bases

As delações dos diretores da OAS só não são mais aguardadas do que as dos diretores da Odebrecht.
Também estes, circulam boatos, estariam propensos a falar, exceção feita, por enquanto, a Marcelo


Ex-presidente da construtora OAS Léo Pinheiro. FOTO: Luis Macedo/Câmara dos Deputados


Por Reinaldo Azevedo

Léo Pinheiro, ex-presidente da OAS, está no faz-não-faz-delação premiada há muito tempo. Chegou a tomar as primeiras providências nesse sentido, mas depois recuou. Agora, tudo indica, o tríplex de Lula vai cair. Mesmo condenado a 16 anos de prisão, parecia uma rocha. Entre todos os empreiteiros, era o mais próximo de Lula, amigão mesmo.

A decisão tomada pelo Supremo, autorizando o cumprimento de pena em regime fechado já a partir da condenação em segunda instância, mudou muitos ânimos, inclusive o de Léo. Não deixou de ser um troço um tanto exótico, que entra em choque com a letra explícita da carta. Se ninguém é culpado até o trânsito em julgado, como está lá, como é que se prende quem ainda não é culpado? Sim, eu sou favorável à prisão já a partir da segunda instância, mas, então, é preciso mudar a Constituição.

Questão jurídica à parte, o fato é que muitos condenados contavam com a possibilidade de recorrer em liberdade quando a questão saltasse para terceira instância. Uma infinidade de recursos poderia levar a coisa bem longe.

Agora não mais. Bastará que um colegiado referende a condenação da primeira instância, e o resto é cana! Léo Pinheiro sabe que vai voltar logo para a cadeia. Em regime fechado. A menos que…

A menos que colabore. E consta que é isso que decidiu fazer. No seu cardápio de revelações, estariam o tríplex de Guarujá; o sítio de Atibaia; o pagamento, por fora, de dívidas de campanha de Dilma em 2010; o pagamento de propina a políticos etc.

Como as revelações envolvem políticos com foro especial por prerrogativa de função, a negociação estaria sendo feita com a Procuradoria-Geral da República, em Brasília. Agenor Franklin Magalhães Medeiros, executivo da empresa, também estaria no acordo.

As delações dos diretores da OAS só não são mais aguardadas do que as dos diretores da Odebrecht. Também estes, circulam boatos, estariam propensos a falar, exceção feita, por enquanto, a Marcelo.

Jaques Wagner

Quem tem de tomar cuidado, caso Léo Pinheiro resolva mesmo contar tudo o que sabe e viveu é Jaques Wagner, hoje o homem forte de Dilma e de… Lula!

Trocas de mensagem de Léo com seu subordinados, pelo WhatsApp, indicam a proximidade da empreiteira com o então governador da Bahia. Se o empreiteiro realmente disser tudo o que sabe, a chance de Wagner ter de deixar a Casa Civil é gigantesca.

Coragem, Léo Pinheiro! Conte tudo!


02/03/2016

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