FMI também revisou para baixo sua perspectiva para o PIB em 2015 para 2,7% (Ueslei Marcelino/Reuters)
O Fundo Monetário Internacional (FMI) reduziu nesta terça-feira sua projeção de crescimento econômico para o Brasil em 2014 a 1,8%, ante 2,3% previstos no início do ano. Em seu relatório "Perspectiva Econômica Global", o FMI ainda revisou para baixo sua perspectiva sobre a atividade econômica brasileira para 2015, de 2,9% para 2,7%. Em 2013, o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cresceu 2,3%, considerado um baixo ritmo. O próprio relatório Focus, do Banco Central, preparado a partir da análise de dezenas de analistas de mercado, já diminuiu de 2% para 1,63% sua estimativa para o crescimento econômico do ano desde janeiro.
Segundo o FMI, a economia brasileira está sendo afetada pelas restrições de oferta no mercado interno, especialmente em infraestrutura, e pelo contínuo fraco crescimento do investimento privado. Também pesa a "perda de competitividade e a baixa confiança empresarial". O órgão internacional também chamou a atenção para a inflação no país, que tem se mantido elevada e próxima do teto da meta oficial (6,5%) e cada vez mais distante de seu centro (4,5%). A estimativa do FMI é que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) feche 2014 a 5,9% e 2015 a 5,5%.
O FMI também projetou que o déficit em conta corrente do Brasil ficará em 3,6% do PIB em 2014 e em 3,7% em 2015. O aumento do endividamento do país e a política fiscal duvidosa, aliados ao baixo crescimento econômico, fizeram com que a agência de classificação de risco Standard & Poor's rebaixasse o rating soberano do Brasil no mês passado.
Ainda segundo o relatório, a recuperação global vai se fortalecer este ano conforme a produção em economias avançadas se recupera. Contudo, o FMI alertou para os riscos crescentes em economias emergentes, assim como fez a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) nesta terça-feira.
O órgão estimou também um crescimento menor para a economia mundial, de 3,9% para 2014 e 3,6% para ano que vem. Em sua opinião, é preciso elevar a capacidade produtiva mundial e evitar um período prolongado de crescimento lento.
08.04.2014
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