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terça-feira, 9 de abril de 2013

O comício de encerramento da campanha de Capriles foi uma lição da resistência democrática venezuelana aos partidos oposicionistas brasileiros


Direto ao Ponto

                                             Por Augusto Nunes


Em matéria de presidente da República, a Venezuela empata com o Brasil. Nicolás Maduro, o motorista de ônibus que virou piloto de país, confunde eleição presidencial com briga de trânsito, qualifica o adversário de “maricón” e jura que Hugo Chávez ressuscitou disfarçado de passarinho.

Dilma Rousseff não diz coisa com coisa, é incapaz de produzir uma frase com começo, meio e fim, esquece à noite a promessa que fez de manhã e tornou-se uma prova ambulante de que o Brasil sobrevive até a governantes com um neurônio só.

Em matéria de presidente-adjunto e eleitorado, o empate se repete. No momento, Lula se faz de morto para escapar do caso Rose e governar na clandestinidade.

Chávez se faz de vivo (fingindo que dorme no caixão transparente ou voando com a leveza de um colibri) para garantir a vitória de Maduro e tornar-se no primeiro presidente com gabinete no Além.

Nos dois países, a eleição é decidida pela imensidão de desvalidos que se acham felizes por não saberem o que é isso. Gente que imagina que viver é não morrer de fome retribui com votos os donativos dos gigolôs da miséria.

Em matéria de oposição, a Venezuela está ganhando com folga ─ e, se mantiver a estratégia que resultou nas imagens do vídeo acima, talvez acabe impondo uma goleada ao Brasil.

O PSDB troca socos e pontapés com tucanos, o PPS flerta com o PSB de Eduardo Campos, o DEM ainda não descobriu quem é.

No reino dos chavistas, os adversários do chavismo recuperaram a sensatez e reaprenderam a unir-se no combate ao inimigo comum .

Por aqui, a oposição oficial não se junta nem em festinhas de batizado. E há mais de dez anos não dá as caras nas ruas.

No comício de encerramento da campanha de Henrique Capriles, principal adversário de Maduro, foi reencenado em Caracas o espetáculo da multidão disposta a barrar nas urnas o avanço dos pastores do primitivismo.

Uma vitória e tanto.

Seja qual for o resultado da eleição, a resistência democrática venezuelana mostrou-se extraordinariamente maior, mais musculosa e mais lúcida do que os arrogantes herdeiros de Chávez.

Vejam o vídeo. A Venezuela garroteada por um bolívar-de-hospício, quem diria, pode livrar-se do tempo das cavernas bem mais cedo que o Brasil.
09/04/2013

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