Por Josias de Souza
A eliminação gradual da probidadade é um processo iniciado no Brasil em 1500, com a chegada das primeiras caravelas.
Mas, na Esplanada de Brasília, a coisa assumiu proporções alarmantes desde janeiro de 2011.
A ponto de os ministros probos serem vistos, hoje, como espécie em extinção. Fazem companhia ao mico-leão-dourado.
Depois do sacrifício de meia dúzia de ministros, Dilma Rousseff tomou-se de instintos preservacionistas. Decidiu interromper o massacre.
A presidente levou Carlos Lupi, o titular do Trabalho, a um santuário. Ficará de quarentena pelo menos até a reforma ministerial.
O diabo é que os fatos conspiram contra os pendores conservacionistas de Dilma. Neste sábado (26), Lupi foi devolvido à zona de abate.
Descobriu-se que, entre dezembro de 2000 e junho de 2006, foi funcionário-fantasma da Câmara. Recebia sem dar expediente na liderança do PDT.
Avessos à intenção de Dilma de criar uma cota temporária de preservação de ministros encrencados, líderes da oposição cobram a demissão imediata de Lupi.
Para salvar os ameaçados, só despojando-os dos sinais que fazem deles seres ostensivos –gabinete, carro oficial, chave do cofre. Quer dizer: urge convertê-los em ex-ministros.
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