Setor aéreo
Empresa afirma que irá honrar os compromissos com as reservas dos passageiros e que possui 4,1 bilhões de dólares para continuar operando
Aviões da American Airlines na pista do aeroporto de Dallas/Fort Worth, no Texas
(Jeff Mitchell/Reuters)
A AMR, holding controladora da companhia aérea American Airlines,
entrou com um pedido de concordata na corte dos Estados Unidos na manhã
desta terça-feira. Em comunicado, a empresa afirmou que o movimento
permitirá que sua competitividade seja restaurada no mercado de aviação
internacional. Segundo a companhia, os compromissos com as reservas de
passagens já feitas serão mantidos, assim como a manutenção da folha de
pagamentos e benefícios de seus funcionários.
"É uma decisão difícil, mas necessária. É também o caminho mais correto
que podemos escolher agora para nos tornarmos mais eficientes", afirmou
o presidente da empresa, Thomas W. Horton, em fato relevante divulgado
nesta terça-feira. Também nesta manhã o executivo assumiu o comando da
empresa no lugar de Gerard Apley, antigo presidente que acaba de ser
afastado. A companhia informou ainda que possui um caixa de 4,1 bilhões
de dólares para continuar operando normalmente nos próximos dias, sem
cancelamento de voos. A AMR possui ativos avaliados em 24,72 bilhões de
dólares, enquanto suas dívidas totalizam 29,55 bilhões de dólares.
Reestruturação - A empresa informou que seus altos
custos operacionais terão de ser revistos, pois impedem que o grupo
assegure o futuro das subsidiárias, além de serem maiores que aqueles
contabilizados pela concorrência. A decisão de entrar com o pedido
agora, de acordo com o comunicado, ajudará a companhia a se reestruturar
- e reestruturar seus custos - antes que a situação seja irreversível.
Segundo o Wall Street Journal, A AMR não usará, inicialmente,
uma linha de crédito especial destinada a companhias em dificuldades
financeiras ou sob a proteção do processo de recuperação judicial,
conhecido nos EUA como "Chapter 11". Além disso, a companhia reiterou
que o pedido de concordata não terá impacto legal sobre as operações da
companhia fora dos Estados Unidos. A AMR também deve iniciar negociações
com todos os sindicatos para reduzir custos trabalhistas.
Desde a crise de 2008, as companhias aéreas têm passado por
dificuldades nos Estados Unidos e na Europa. Entre as concorrentes da
American Airlines, a United e a Delta Airlines, que também utilizaram
proteção contra falência para cortar custos, realizaram fusões: a Delta
comprou a Northwest Airlines e a United adquiriu a Continental Airlines
para criar a United Continental Holdings.
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