Claudia Jardim
De Caracas para a BBC Brasil
De Caracas para a BBC Brasil
Chávez afirmou que, se forem vistos, aviões espiões serão derrubados
O ministro da Defesa da Colômbia, Gabriel Silva, negou nesta segunda-feira que seu país tenha violado o espaço aéreo venezuelano com uma aeronave não-tripulada, usada para espionagem, argumentando que seu país "não tem essa capacidade".
A acusação, feita no domingo pelo presidente venezuelano, Hugo Chávez, foi qualificada de falsa e infundada pelo ministro.
"Vai ver os soldados venezuelanos confundiram o trenó de Papai Noel com um avião espião", afirmou Silva em Bogotá.
A Colômbia argumenta que os aviões não tripulados do país têm autonomia máxima de 40 km e que são utilizados para a vigilância de torres de eletricidade e oleodutos.
No domingo, Chávez disse que o avião não-tripulado, de tecnologia americana, entrou na Venezuela para fazer espionagem.
"Era um pequeno avião, de dois ou três metros, controlado por controle remoto. Mas eles filmam tudo e até atiram bombas. Essa é a tecnologia ianque", disse Chávez, durante o programa dominical de rádio e TV Alô Presidente.
"Ontem (sábado) à noite ordenei: se um aviãozinho desses aparecer, derrubem-no!", acrescentou.
'Agressão externa'
O novo atrito entre Caracas e Bogotá ocorre depois de o governo colombiano ter dito que está se preparando para uma "agressão externa" e anunciado o envio de reforços para uma base militar localizada na fronteira com a Venezuela.
Chávez, por sua vez, disse que esses movimentos de tropas colombianas na fronteira são parte dos "preparativos de agressão" à Venezuela por parte da Colômbia e dos Estados Unidos.
"Quase todos os dias dizem que eu estou preparando um ataque contra a Colômbia, mas são eles (Colômbia e Estados Unidos) que buscam uma desculpa para dizer que a Venezuela é o agressor."
"Não estamos preparando um ataque contra a Colômbia nem contra ninguém", acrescentou.
A crise entre os dois países vem aumentando desde que a Colômbia firmou um acordo militar com os Estados Unidos que permitirá a militares americanos ter acesso a sete bases militares em território colombiano.
Para o governo de Hugo Chávez, o acordo desestabiliza a região e é parte de um "plano de guerra" contra a Venezuela. Desde então, Chávez decidiu congelar as relações diplomáticas com a Colômbia e reduziu 70% do comércio bilateral com o país vizinho.
Já a Colômbia afirma que o acordo - que causou também preocupações em outros países da região, incluindo o Brasil - não prevê operações militares fora de seu território.
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