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sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

O PERIGOSO JOGO DO POPULISMO
AO BLEFAR E CRIAR EXPECTATIVAS!

1. Enquanto, no mundo todo, os líderes de todos os países procuraram criar um clima de atenção e responsabilidade em relação à crise e o fazem acompanhar com uma gestualidade própria (ex-blog já reproduziu estudo a respeito da função da gestualidade em política), por aqui o presidente Lula faz exatamente o contrário.

Na boca do vulcão, mantém uma coreografia glacial e mistura má fé, ao criar otimismo com ilusão da boa fé da população. No início da erupção consegue 70% de ótimo+bom segundo o Data-Folha publicado hoje.


2. Ontem, Lula passou dos limites. Foi ao Rio lançar mais um programa de bolsa, outro para jovens, mudando o nome, mas mantendo a mesma lógica assistencialista. Absolutamente nada o programa agrega ao já existente "pró-jovem".

Mas não se conteve, mesmo nesse momento em que 40 mil famílias brasileiras amargam o desemprego nos últimos dias, e centenas de milhares de catarinenses, campistas e capixabas sofrem com a tragédia ambiental que viveram e vivem.


3. Lula, cinicamente, vai ao Morro do Alemão no Rio, lançar mais essa "bolsa" e diz que serão 15 milhões de reais em 18 comunidades do Estado, ou menos de 70 mil reais por comunidade/mês em um ano. Escolheu logo aquele local em que um ano e meio atrás, enviou a Força Nacional para cercá-la, ocupá-la, estabelecer confronto com traficantes, gerando a morte de culpados e inocentes que ficaram acima de 100 vítimas.

Até o início da eleição (claro), mantinha ali trincheiras da FN na Estrada do Itararé em frente às duas comunidades que visitou, as mais importantes do morro: Nova Brasília e Grota.


4. Ali retornou para tirar fotos e fazer demagogia com a boa fé de gente trabalhadora e humilde e com isso se beneficiar das fotos generosas que sempre consegue, numa espécie de factóide cúmplice. E arrematou dizendo que os jovens fariam policiamento comunitário no "Alemão". Boas fotos na rua de entrada.

Ao lado, os traficantes riam gostosamente, depois de guardarem as armas pelo tempo da encenação.


5. Em seguida foi para uma reunião com artistas para lançamento de mais um fundo, agora de apoio ao audiovisual, num momento em que os patrocínios relativos sofrem interrupção por parte de empresas estatais. E ali se derramou em chulices e piadinhas que estarreceram os presentes e chocaram quem as viu pela TV no JN.


6. É possível que para os menos avisados tenha até agradado. Só que ficam ainda menos avisados. O jogo do populismo nesse momento, na busca insaciável de popularidade, é aventureiro, irresponsável, e principalmente desrespeitoso com a população que ouve e torce de boa fé. Certamente não foi a mesma reação a dos desempregados e desabrigados pelas enchentes.


7. Não é a primeira vez que se joga com as expectativas. Apenas como mais um exemplo, o Plano Cruzado, onde pelo menos havia a boa fé dos executores, produziu uma das maiores gangorras entre popularidade e rejeição, no menor intervalo de tempo. Mas agora se joga com a impossibilidade para ganhar tempo e se lança a população numa névoa de encobrimentos e ilusões.

Blefar no pôquer pode dar certo. Blefar com a sociedade, não: todos terminarão pagando para ver.


E POR FALAR EM APROVAÇÃO DE PRESIDENTE DA REPÚBLICA! SARNEY FOI RECORDE HISTÓRICO NO ESTADO DO RIO!


Em 14 de junho de 1986, o Ibope divulgava pesquisa fechada no dia anterior de avaliação de governo. O presidente José Sarney tinha 81,6% de ótimo+bom, 15,5% de regular e 2,5% de ruim+péssimo. É verdade: em pleno Plano Cruzado.
Ex-Blog do Cesar Maia

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