Senadora afirmou que faltam apenas resolver ajustes no Rio Grande do Sul
Por Cristiane Jungblut
O Globo
O pré-candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, e a senadora Ana Amélia, na convenção do PP
Ailton de Freitas / Agência O Globo
BRASÍLIA — A senadora Ana Amélia Lemos (PP-RS) aceitou ser vice na chapa do pré-candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, mas colocou como condicionante para o anúncio oficial um novo palanque regional que unifique PP e PSDB no Rio Grande do Sul. Na quarta-feira, Ana Amélia conversou com Alckmin por cerca de 45 minutos. Ela também recebeu apelos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e de tucanos como o ex-governador Marconi Perillo, coordenador político da campanha de Alckmin, e senador Tasso Jereissati.
O acerto é que, fechado o acordo do palanque gaúcho, o anúncio seja feito pelo próprio Alckmin. No final da tarde, o comando do PSDB confirmava a chapa e comemorava o acordo. O comando do PP considera Ana Amélia da "cota pessoal" de Alckmin e avisou que ela não entra na fatia de cargos na Esplanada dos Ministérios a ser dada ao PP. O presidente nacional do PP, Ciro Nogueira, sempre vetou o nome da senadora por ela ser muito independente, mas o tucano fez um movimento que encurralou o comando da sigla.
Jornalista e no seu primeiro mandato como senadora, a gaúcha, de 73 anos, é independente dentro do PP e, por isso, é considerada cota pessoal de Alckmin. Ana Amélia tem perfil conservador e ligação com o setor ruralista. Antes de decidir pela carreira política, Ana Amélia foi diretora da Sucursal de Brasília do Grupo RBS.
Com o acordo, o deputado Luís Carlos Heinze, que apoiava o candidato Jair Bolsonaro (PSL), desiste de ser candidato ao governo gaúcho pelo PP e concorre a senador na vaga que era de Ana Amélia. Ele vai integrar a chapa do candidato do PSDB ao governo, Eduardo Leite. Para aparar as arestas, Ana Amélia passou a tarde em seu gabinete e fez até uma conferência viva voz com Eduardo Leite.
— Minha aceitação depende dos acertos dos dois partidos — PP e PSDB — no Rio Grande do Sul fecharem todos os aspectos relacionados a uma nova coligação. Feito todos esses aceitos, me pronunciarei. O convite feito a mim foi de grande honra — disse Ana Amélia.
Alckmin esteve às 18h na residência da senadora para fazer o convite. O tucano ponderou que era uma mulher e que seria muito importante sua participação na chapa. Ele fez o convite apesar da resistência do comando
— A conversa foi muito franca — disse ela.
Segundo tucanos, o temor era de que divulgasse a conversa e ele recebesse um não novamente, como ocorreu com o empresário Josué Gomes, que "cozinhou" o PSDB por quase duas semanas.
Depois das longas reuniões, Ana Amélia disse que aguardava o fechamento do acordo no Estado. Mas Heinze já dizia que apoiaria Alckmin e não mais Bolsonaro.
Segundo integrantes do PP, para o anúncio só faltava discutir a questão das coligações para as vagas proporcionais, ou seja, de deputados.(Colaborou Silvia Amorim)
02 de agosto de 2018
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