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quarta-feira, 23 de março de 2016

Planilhas ligam Odebrecht a Atleta, Caranguejo, Cacique, Nervosinho, Avião...


Documento trata políticos por apelidos e os relaciona a cifras.

PF não sabe se valores foram mesmo pagos, dentro ou fora da lei, mas papéis trazem chance de desvendar meandros do financiamento eleitoral

VEJA.com

Sede da Odebrecht em São Paulo
(Paulo Whitaker/Reuters)

Atleta (Renan Calheiros, PMDB-AL),
Escritor (José Sarney, PMDB-MA),
Caranguejo (Eduardo Cunha, PMDB-RJ),
Nervosinho (Eduardo Paes, PMDB-RJ),
Cacique (Romero Jucá, PMDB-RR),
Viagra (Jarbas Vasconcelos Filho, PMDB-PE),
Avião (Manuela D'Ávila, PCdoB-RS).

É assim, com esses codinomes, que alguns influentes políticos brasileiros são identificados em planilhas da Odebrecht apreendidas pela Polícia Federal em mandados de busca expedidos contra diretor-presidente da construtora, Benedicto Barbosa Silva Júnior, conhecido como BJ, na 23ª fase da Operação Lava Jato.


As planilhas são o mais completo acervo de repasses feitos pelo conglomerado do herdeiro Marcelo Odebrecht a políticos de 18 partidos. A cada nome, o documento da empreiteira atribui cifras. Ainda não se sabe se todos os valores atribuídos aos políticos foram de fato destinados a eles, nem se se trata de doação oficial ou caixa dois, mas é certo que os documentos são uma oportunidade inédita de desvendar os meandros do financiamento eleitoral no país.

O conjunto de listas com anotações sobre destinação de dinheiro a partidos e candidatos mostra a capilaridade da Odebrecht como financiadora de detentores de cargo eletivo. A Polícia Federal ainda não analisou os dados a ponto de concluir se se trata da contabilidade paralela da construtora, conforme revelado pela secretária da Odebrecht e delatora da Lava Jato, Maria Lúcia Tavares.

Entre muitos nomes, são citados nas planilhas: o ex-governador do Rio de Janeiro, Sergio Cabral (PMDB), os senadores José Serra (PSDB-SP), Lindbergh Farias (PT-RJ), Aécio Neves (PSDB-MG) e Humberto Costa (PT-PE), o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB), o deputado Paulinho da Força (SD-SP) e a prefeita de Campos e ex-governadora do Rio, Rosinha Garotinho (PR).

Planilha da Odebrecht: mapa do financiamento eleitoral
(VEJA.com/VEJA)


Planilha da Odebrecht: mapa do financiamento eleitoral
(VEJA.com/VEJA)

(Da redação)

23/03/2016

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