Documento trata políticos por apelidos e os relaciona a cifras.
PF não sabe se valores foram mesmo pagos, dentro ou fora da lei, mas papéis trazem chance de desvendar meandros do financiamento eleitoralVEJA.com
Sede da Odebrecht em São Paulo
(Paulo Whitaker/Reuters)
Atleta (Renan Calheiros, PMDB-AL),
Escritor (José Sarney, PMDB-MA),
Caranguejo (Eduardo Cunha, PMDB-RJ),
Nervosinho (Eduardo Paes, PMDB-RJ),
Cacique (Romero Jucá, PMDB-RR),
Viagra (Jarbas Vasconcelos Filho, PMDB-PE),
Avião (Manuela D'Ávila, PCdoB-RS).
É assim, com esses codinomes, que alguns influentes políticos brasileiros são identificados em planilhas da Odebrecht apreendidas pela Polícia Federal em mandados de busca expedidos contra diretor-presidente da construtora, Benedicto Barbosa Silva Júnior, conhecido como BJ, na 23ª fase da Operação Lava Jato.
As planilhas são o mais completo acervo de repasses feitos pelo conglomerado do herdeiro Marcelo Odebrecht a políticos de 18 partidos. A cada nome, o documento da empreiteira atribui cifras. Ainda não se sabe se todos os valores atribuídos aos políticos foram de fato destinados a eles, nem se se trata de doação oficial ou caixa dois, mas é certo que os documentos são uma oportunidade inédita de desvendar os meandros do financiamento eleitoral no país.
O conjunto de listas com anotações sobre destinação de dinheiro a partidos e candidatos mostra a capilaridade da Odebrecht como financiadora de detentores de cargo eletivo. A Polícia Federal ainda não analisou os dados a ponto de concluir se se trata da contabilidade paralela da construtora, conforme revelado pela secretária da Odebrecht e delatora da Lava Jato, Maria Lúcia Tavares.
Entre muitos nomes, são citados nas planilhas: o ex-governador do Rio de Janeiro, Sergio Cabral (PMDB), os senadores José Serra (PSDB-SP), Lindbergh Farias (PT-RJ), Aécio Neves (PSDB-MG) e Humberto Costa (PT-PE), o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB), o deputado Paulinho da Força (SD-SP) e a prefeita de Campos e ex-governadora do Rio, Rosinha Garotinho (PR).
Planilha da Odebrecht: mapa do financiamento eleitoral
(VEJA.com/VEJA)
Planilha da Odebrecht: mapa do financiamento eleitoral
(VEJA.com/VEJA)
(Da redação)
23/03/2016
0 comentários:
Postar um comentário