Grupo é investigado em um inquérito da 23ª fase, batizada de Acarajé.
MPF deve analisar o documento e decide se oferece ou não denúncia.
Adriana Justi e Aline Pavaneli
Do G1 PR e da RPC
João Santana e sua mulher e sócia, Mônica Moura, estão presos em Curitiba
(Foto: Cassiano Rosário/Futura Press/Estadão Conteúdo)
A Polícia Federal (PF) apresentou o indiciamento preliminar do marqueteiro do Partido dos Trabalhadores (PT) João Santana, da mulher dele Monica Moura e de outros seis investigados no inquérito da 23ª fase da Operação Lava Jato – batizada de Acarajé. O documento foi protocolado no sistema da Justiça nesta terça-feira (22).
Para a PF, há indícios de que Santana e Monica tenham cometido crimes de lavagem de dinheiro, corrupção passiva e organização criminosa através de depósitos no exterior não declarados. O casal está preso desde 23 de fevereiro na Superintendência da PF, em Curitiba.
Agora, o Ministério Público Federal (MPF) vai analisar o indiciamento da PF para oferecer ou não uma denúncia envolvendo as empreiteiras à Justiça Federal. Se houver denúncia, e o juiz federal Sérgio Moro, responsável pelos processo aceitá-la, os denunciados passarão a ser réus.
Para a PF, há indícios de que Santana teria recebido US$ 3 milhões de offshores ligadas à Odebrecht, entre 2012 e 2013, e US$ 4,5 milhões do engenheiro Zwi Skornicki, entre 2013 e 2014.
Sobre Monica Moura, os delegados apontam que ela seria responsável pelo encaminhamento da cópia de um contrato que firmou com outra empresa modelo a Zwi Skornick e seu filho Bruno Skornick para a transferência de recursos que pretendiam realizar.
"A análise do modelo de contrato encaminhado é imprescindível para a continuidade das investigações. Monica relata que, "por motivos óbvios", apagou o nome da empresa e, tampouco, possuía cópia eletrônica do documento, "por segurança", afirma a PF.
Os delegados afirmam ainda que o contexto da investigação conduz à conclusão de que Monica, Zwi e Bruno pretendiam transferir recursos entre si de forma oculta e no exterior, fora do alcance das autoridades brasileiras, notadamente pelo caráter ilícito da transação.
Foram indiciados:
- João Cerqueira de Santana Filho - lavagem de dinheiro, corrupção passiva e organização criminosa;
- Monica Regina Cunha Moura - lavagem de dinheiro, corrupção passiva e organização criminosa;
- Zwi Skornick - corrupção ativa, lavagem de dinheiro e organização criminosa;
- Bruno Skornick - lavagem de dinheiro
- Eloisa Skornick - corrupção ativa e manutenção de conta não declarada;
- Pedro José Barusco Filho - corrupção passiva e lavagem de dinheiro
- Renato Duque de Souza - corrupção passiva
- Armando Ramos Tripodi - corrupção passiva
Relembre
A 23ª fase foi deflagrada no dia 22 de fevereiro. João Santana e a mulher Monica Moura são suspeitos de receber US$ 7,5 milhões em conta secreta no exterior.
Santana é publicitário e foi marqueteiro das campanhas da presidente Dilma Rousseff (PT) e da campanha da reeleição do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em 2006.
Acarajé era o nome usado pelos suspeitos para se referirem ao dinheiro irregular. A PF suspeita que os recursos tenham origem no esquema de corrupção na Petrobras investigado na Operação Lava Jato.
23/03/2016
0 comentários:
Postar um comentário