Protestos voltaram a arrastar multidões pelo país contra a presidente Dilma Rousseff e o PT
Maior concentração foi registrada na Avenida Paulista (SP)
Veja.com
Protesto contra o governo da presidente Dilma Rousseff (PT), na avenida Paulista, neste domingo (16)
(Foto: J.Duran Machfee/Folhapress)
O
protesto de 16 de agosto contra a presidente Dilma Rousseff e o Partido
dos Trabalhadores não foi o maior do ano. Mas mostrou que a
insatisfação dos brasileiros com a presidente mais impopular da história
continua. Pela terceira vez em cinco meses, Dilma enfrentou uma série
de passeatas neste domingo em todos os Estados do país e no Distrito
Federal.
A exemplo das manifestações anteriores, a maior concentração
foi registrada na Avenida Paulista, artéria central de São Paulo, que
reuniu 350.000 pessoas, segundo a Polícia Militar. O protesto de hoje
foi maior do que o de abril, mas levou menos pessoas às ruas do que o
ato de 15 de março, o que foi recebido como um alento para o Palácio do
Planalto numa semana avaliada como de trégua em meio ao turbilhão.
O
respiro, contudo, não significa que se vislumbrem sinais de
arrefecimento da crise. Pelo contrário: se a situação em Brasília parece
ligeiramente mais confortável, a Operação Lava Jato segue arrastando o
Partido dos Trabalhadores e seus ícones para o centro do petrolão e os
indicadores econômicos apontam para um horizonte ainda pior.
Neste domingo, as passeatas reuniram majoritariamente famílias vestindo as cores da bandeira brasileira.
Nas principais capitais, líderes dos movimentos discursaram em carros
de som com palavras de ordem contra a corrupção no governo. Além de
Dilma, outros alvos preferenciais dos manifestantes foram o
ex-presidente Lula, representado num boneco gigante
trajando uniforme de presidiário em Brasília, e o senador Renan
Calheiros (PMDB-AL), aliado de última hora do Palácio do Planalto. O hit
favorito foi o rap "Saudação à Mandioca", que satiriza um dos
desastrosos discursos de Dilma.
Políticos da oposição, como os senadores Aécio Neves (PSDB-MG),
José Serra (PSDB-SP), José Agripino Maia (DEM-RN) e Ronaldo Caiado
(DEM-GO), também compareceram. A figura do juiz Sérgio Moro, responsável
pela Lava Jato, estampou cartazes e bandeiras.
A presidente
Dilma Rousseff passou o dia trancada no Palácio da Alvorada recebendo
informes constantes do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, sobre
as mobilizações pelo país. No final da tarde, reuniu-se com outros três
ministros, Jaques Wagner (Defesa), Aloizio Mercadante (Casa Civil) e
Edinho Silva (Comunicação da Presidência da República), além do próprio
Cardozo, para fazer um balanço do dia de protestos.
Por volta das 19
horas, a Secom divulgou apenas uma - burocrática - linha: "O governo viu
as manifestações dentro da normalidade democrática".
Já
petistas tentaram promover um ato em contraponto à multidão que lotou a
Avenida Paulista em frente o Instituto Lula, na capital paulista. O ato
reuniu cerca de 600 sindicalistas filiados à Central Única dos
Trabalhadores (CUT), que ganharam churrasco, cerveja e um kit com
camiseta e boné da central. A bateria de uma escola de samba também foi
chamada.
16/08/2015
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