Ex-diretor de marketing do Banco do Brasil, condenado no processo do mensalão, fugiu para a EuropaJanaina Cesar, de Bolonha
com agências
A justiça italiana negou o pedido de extradição do ex-diretor de marketing do Banco do Brasil, Henrique Pizzolato, que havia fugido para o país europeu em setembro de 2013. Pelas leis italianas, Pizzolato, condenado no processo do mensalão, agora é um homem livre. De acordo com o advogado contratado pelo governo brasileiro na Itália, Michele Gentiloni, Pizzolato pode deixar ainda hoje a prisão.
O julgamento durou mais de cinco horas. Pizzolato chegou ao Tribunal de Apelação de Bolonha pouco antes do início da sessão, por volta das 7h, em um camburão fechado. A presença da imprensa na corte foi negada.
O Brasil já indicou que vai recorrer da decisão, o que significa que o caso se arrastará por 2015, em uma Corte em Roma.
Pizzolato está sendo levado neste momento de Bolonha para Modena em um furgão da Justiça italiana. Sua mulher, Andrea Haas, aguarda o mensaleiro na cidade, onde vivia desde que ele foi preso. A expectativa é de que Pizzolato seja solto ainda hoje e passe a noite em casa. Andrea não compareceu à sessão. "Vamoso voltar a viver", disse a mulher de Pizzolato ao saber da decisão da justiça.
Com esta derrota, além de ir até a corte suprema italiana com o pedido de extradição, o governo brasileiro vai atuar em uma outra frente e tentar convencer a Itália de que Pizzolato deve cumprir a pena de 12 anos e sete meses por peculato, corrupção passiva e lavagem de dinheiro a qual foi condenado no processo do Mensalão.
O início do julgamento de hoje atrasou quase duas horas. Por causa de uma outra sessão do tribunal, também sobre um caso de extradição, Pizzolato só começou a ter seu caso analisado às 11h40. A expectativa inicial era de que a decisão seria conhecida por volta das 14h de Brasília, mas se estendeu até o início da noite na Itália.
O ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil foi condenado a 12 anos e sete meses de prisão por envolvimento no mensalão. Ele fugiu para a Itália ainda no segundo semestre de 2013 com um passaporte falso de um irmão morto há mais de 30 anos. Em fevereiro deste ano, ele acabou sendo descoberto na casa de um sobrinho na cidade de Maranello, no norte da Itália, e levado para a prisão de Módena.
Pizzolato reconheceu que se refugiou na Itália para evitar cumprir pena por uma condenação que alega ser injusta. Segundo ele, foram ignoradas provas que apontavam sua inocência e que ele foi condenado em um "julgamento político" pelo Supremo Tribunal Federal (STF), sem direito a recorrer da sentença a um novo tribunal.28.Out.14
terça-feira, 28 de outubro de 2014
Justiça italiana nega extradição e Pizzolato será libertado
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