Por Reinaldo AzevedoVejam esta foto de Sérgio Lima, da Folhapress.
Um grupo de 70 manifestantes, leio em texto de Fernanda Odilla, na Folha, foi ao Palácio do Planalto protestar contra a permanência do deputado Marco Feliciano (PSC-SP) na presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara.
Não só isso: ELES EXIGEM QUE A PRESIDENTE DILMA ROUSSEFF TOME UMA PROVIDÊNCIA.
Vou escrever de novo: os que foram se manifestar no Palácio do Planalto cobram que a chefe do Poder Executivo tome uma providência contra o presidente de uma comissão do Poder Legislativo. Ele só está lá porque foi eleito deputado por 212 mil pessoas, porque foi referendado no cargo pelos líderes partidários e porque, ora vejam, as esquerdas esnobaram aquela comissão, que não rende dinheiro.
Eles certamente conhecem o pensamento do deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ), mas não o de Montesquieu.
Não têm ideia do que seja independência entre os Poderes.
Ignoram — ou, se sabedores, querem que seja Dilma a ignorar — que, num regime democrático, o chefe do Executivo não impõe sua vontade ao Parlamento.
O que costuma acontecer é justamente o contrário.
A imprensa faz uma cobertura sempre simpática aos manifestantes, pouco importa sua pauta, pouco importam seus atos, porque vivemos dias em que as garantias formais da democracia cedem aos apelos militantes das minorias que se querem maiorias, fazendo de sua própria intolerância uma pauta universal.
A censura à liberdade de expressão e de opinião está em alta. Tudo em nome dos “direitos”. Quem discorda não é mais alguém que pensa de modo diferente, mas um ser que tem de ser banido do mundo dos vivos.
Leio na Folha:
“Dilma está calada, até agora não falou nada. A gente não vai parar até ele sair”, diz o publicitário Lucas Valle, 22, munido de um cartaz com os dizeres “Dilma, mulher, mãe, guerreira, torturada, presidenta: manifeste-se”.
Muito bem!
Digamos que ela se manifeste e também peça a saída de Feliciano.
E daí?
Pergunta: Lucas Valle acha que a presidente também deveria se opor à presença dos mensaleiros condenados José Genoino e João Paulo Cunha na presidência da CCJ?
Se acha, cadê o seu panfleto?
Outro cartaz exibido é ainda mais eloquente:
“Até o papa renunciou. Feliciano, sua hora já chegou”.
As palavras fazem sentido. O “até o papa” poderia ser, assim, uma ordem de grandeza apenas: se até Bento 16 renunciou, por que não o simples presidente de uma comissão? Mas há mais do que isso.
O papa que saiu não tinha uma pauta exatamente coincidente com a dessa turma (o que entrou também não tem, note-se). Parece haver aí uma manifestação de alívio. A coisa poderia ser dita de outro modo: “Já nos livramos do papa; agora é a vez de Feliciano…”
Como vivemos dias realmente surrealistas, cumpre observar que renúncia é ato unilateral, como a do papa.
Os manifestantes que foram ao Palácio do Planalto não só pedem que o Executivo imponha sua vontade ao Legislativo, como nos tempos da ditadura, como querem eles próprios impor a Feliciano uma ação que só pode ser determinada por sua própria vontade.
Eu não tenho dúvida de que essa gente se acha um exemplo acabado de amor à democracia. E não duvido de que amplos setores da imprensa pensem a mesma coisa.
Até o dia em que vai aparecer um grupo com velas acesas para defender o “controle social da mídia”, o “controle social do humor”, o “controle social da opinião”.
Tomara que ainda haja gente para protestar contra os controladores, para lembrar Niemöller.01/04/2013
segunda-feira, 1 de abril de 2013
Perdoai-os, cultores da democracia! Eles não sabem quem foi Montesquieu!
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Comissão de Direitos Humanos da Câmara,
Marco Feliciano
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Carta enviada em 10 Mar 13 a um integrante da Comissão Nacional da Verdade
http://www.emdireitabrasil.com.br/index.php/militar/494-carta-enviada-em-10-mar-13-a-um-integrante-da-comissao-nacional-da-verdade.html
Tendo tomado conhecimento, em 5 Mar 13, da pauta de trabalho de um grupo de estudos da Comissão Nacional da Verdade coordenado pela Sra. Dra. Rosa Maria Cardoso da Cunha, integrante daquela comissão, escrevi-lhe a carta que segue, datada de 10 Mar 13. Não tendo obtido qualquer resposta até esse momento, resolvi compartilhá-la com os amigos.
Forrer Garcia
Sra. Dra. Rosa Maria Cardoso da Cunha, receba minhas cordiais saudações.
Sei lá por quais desígnios de Deus, um documento relativo ao grupo de trabalho da Comissão da Verdade por V. Sa. coordenado, denominado "Contextualização do Golpe civil militar de 1964", veio ter à minha caixa de entrada no dia 05 de março de 2013.
Recebi-o sem pedir, penso que posso comentar, também sem que me peçam.
Sou oficial reformado do Exército, mas – acima de tudo - sou também cidadão, pois, como dizia o General Osório: "a farda não abafa o cidadão no peito do soldado". Assim, é um cidadão que faz comentários sobre um texto por V. Sa. chancelado.
A fim de cooperar com o trabalho do grupo, queria dizer que o mais correto é chamar de Contrarrevolução de 31 de março de 1964. E lhe digo por quê. ...
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