Impressionante o salseiro armado por Ricardo Lewandowski no julgamento do mensalão.
Impressionante, mas não surpreendente.
Vamos aos fatos:
1 – Joaquim Barbosa pode decidir votar na sequência que achar melhor;
2 – a expectativa de que se votassem hoje as penas do núcleo banqueiro era não mais do que isto — inclusive deste blog: expectativa;
3 – Barbosa jamais anunciou que assim seria feito; não distribui pauta prévia;
4 – o argumento de Lewandowski de que não se poderia atribuir a pena a Dirceu porque seu advogado estava ausente está abaixo do ridículo: os advogados são permanentemente convocados para a sessão;
5 – Barbosa não é obrigado a cumprir as expectativas da imprensa;
6 – Lewandowski nem mesmo votava no caso Dirceu porque ele absolvera o réu dos dois crimes;
7 – a acusação de que a suposta mudança da pauta atenta contra a transparência é absurda. Por quê? O que Barbosa fez que estivesse fora do previsto ou do regular?
Entendo, como afirmou Barbosa, que Lewandowski, ao interromper o julgamento para levantar uma questão despropositada, estava, sim, num esforço de obstrução do trabalho — às vésperas da saída do ministro Ayres Britto. Mas entendo também que, ao relator, bastava dar sequência aos trabalhos, sem precisar desferir a acusação que permitiu ao outro dar o seu chilique.
Constrangedora, do começo ao fim, a atitude de Lewandowski na corte nesta segunda.
12/11/2012
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