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quarta-feira, 14 de outubro de 2009

PT toma o estado e as empresas





Nivaldo Cordeiro

A persistência desse processo no tempo levará necessariamente à tirania. As pessoas que não assumirem em público o credo político dos governantes serão economicamente excluídas. Sem carteirinha do partido não tem emprego que preste.

A Folha de São Paulo de hoje (9) trouxe uma notícia que, se não é novidadeira, está conforme os piores temores dos genuínos democratas. Sabia-se que a ocupação dos cargos de confiança da administração direta e indireta está loteada politicamente pelo partido governante.

Depois vimos a multiplicação dos concursos públicos para colocar dentro do Estado o maior número possível de "companheiros".

A notícia da Folha dá conta de que até mesmo os executivos das empresas controladas pelos fundos de pensão, nominalmente a Companhia Vale do Rio Doce, deve ter sua diretoria substituída para pôr no lugar dos antigos diretores gente politicamente indicada pelo PT.

A notícia é importante vista de dois ângulos. De um lado, a explicitação da socialização dos meios de produção, agora pelo instrumento dos fundos de pensão controlados pelos sindicalistas do PT. Vimos esse fato acontecer no mundo inteiro. A crise da General Motors Corporation nos EUA deveu-se à má administração imposta à empresa pelos sindicalistas e seus fundos de pensão, que se tornaram os principais proprietários da empresa. O bailout para salvar a GM foi dos atos mais imorais e anticapitalistas que a administração de Barack Obama poderia fazer.

Nos últimos anos fenômeno semelhante estamos vendo no Brasil, com os fundos de pensão controlando as principais empresas e indicando politicamente os seus dirigentes, quando não os administradores de nível intermediário.

Podemos dizer que o fenômeno detectado Peter Drucker, a formação do socialismo a partir dos fundos de pensão, está plenamente consolidado entre nós. É o método alternativo à tomada dos meios de produção diretamente pelo Estado. Drucker teve a lucidez de perceber as conseqüências políticas e econômicas do fenômeno nos EUA em meados dos anos setenta.

A ordem capitalista não persiste sem que haja capitalistas, donos dos negócios. A diluição da propriedade privada coincide com a irresponsabilidade megalômana dos administradores politicamente indicados, usufrutuários que são de bônus milionários e privilégios incompatíveis com a economia de mercado.

O segundo e mais preocupante fenômeno é que os melhores empregos nas empresas privadas e no setor público agora estão sendo preenchidos por critério político, e não pelo mérito. Mais vale a carteirinha do partido e o alinhamento com a corriola sindical do que qualquer currículo.

Está em curso um processo de sufocar a oposição política no nível micro, isto é, a partir da eliminação da capacidade de sobrevivência econômica para aqueles que não estão alinhados com o partido governante.

É a ditadura do partido sobre o Estado e sobre as grandes empresas. Isso em ciência política tem nome: fascismo e comunismo, no que têm de pior.

Voltou-se às práticas medievais das guildas.

A persistência desse processo no tempo levará necessariamente à tirania. As pessoas que não assumirem em público o credo político dos governantes serão economicamente excluídas.

Sem carteirinha do partido não tem emprego que preste.

A verticalização da unidade de comando, além de sacrificar a liberdade, sacrificará inapelavelmente a competitividade da economia.

Um desastre de elevada proporção, como vimos acontecer na ex-URSS.

Esse fenômeno, associado à supertributação e à regulação excessiva, objetivamente está destruindo o sistema de propriedade privada e as liberdades.

Está destruindo o capitalismo.

A tirania é uma realidade imediata.

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