O DIA EM QUE PROTÓGENES QUEIROZ "EMBROMOU" A CPI DOS GRAMPOS

Cansado de ser reiteradamente feito de palhaço pelos nossos políticos, os brasileiros que hoje tiveram a oportunidade de assistir ao depoimento do delegado da Polícia Federal, Protógenes Queiroz, na CPI dos Grampos, devem ter "lavado a alma", ao ver o ex-encarregado pela Operação Satiagraha, escudado em um habeas corpus preventivo, que lhe dava o direito de se negar a responder, ou mesmo mentir nas respostas às perguntas que lhe fossem formuladas, fazendo todos os membros da CPI de palhaços, ao utilizar, em diversas ocasiões, a tática de, após ser perguntado, falar, falar e falar, para no fim da resposta não dizer absolutamente nada.

Foi hilário ver parlamentares fazendo caras e bocas, na ânsia de aparecer frente às câmeras de televisão fazendo perguntas com voz empostada, recebendo como respostas um festival de evasivas e meias verdades, competentemente ditas pelo delegado Protógenes, que fazia questão de, mesmo sendo extremamente gentil e atencioso com os questionadores, abusar do direito de ficar calado ou mesmo apelar para a velha e sempre eficiente "conversa mole para boi dormir".

Assistindo ao depoimento pela Internet, em diversas ocasiões tive a impressão de estar diante da televisão assistindo ao programa "

A Escolinha do Professor Raimundo", obra prima de Chico Anísio, especificamente a quadro em que ele contracenava com o saudoso ator Rogério Cardoso, que magistralmente interpretava o antológico aluno Rolando Lero, um verdadeiro PHD na arte da "embromação".

Júlio Ferreira
Recife - PE
Ident.: 850.550 SSP-PE