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sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Referendo de Chavez - A FRAUDE

O que não 'funcionou' pela violência - foi pela FRAUDE.

A VOTAÇÃO – no cenário ‘democrático bolivariano’ realizou-se ‘naturalmente’, prevalecendo a sintomática atitude das hostes oficiais mediante pressão do governo sobre os funcionários públicos, sobre os beneficiários das ‘distintas misiones bolivarianas’, eufemismo para desvio irregular de recursos públicos (um médico cubano desertor de Barrio Adentro em janeiro de 2004 declarou a El Nacional: "Las estadísticas que muestra Chávez son falsas" (Misiones Ribas, Vuelvan Caras y Madres del Barrio) com todos os recursos do Estado, repito, ESTADO – utilizados pelo governo, com o sugestivo argumento “vota por el Comandante o perderás los mercalitos, las casas de alimentación, el barrio adentro y la beca que tiene tu hijo ou tu hermano.”

COM ESSE ARGUMENTO cerca de 1/3 (37%) dos venezuelanos votou pela ‘enmienda’; outro terço (31%) contra; e 32% se ABSTEVE, considerada por JANETH HERNÁNDEZ, rectora principal del Consejo Nacional Electoral (CNE) – como “la mayor participación electoral del planeta, al ubicar su índice de abstención en poco más de 29%”, podendo-se concluir que estamos diante também diante da ‘maior democracia do Planeta’.

A PRESSÃO ECONÔMICA sobre os votantes foi fortalecida com os grupos armados (‘bandas armadas, los motorizados e delincuentes – reencarnação bolivariana dos soviets) que ameaçavam nos bairros e, até nas imediações dos centros de votação, com as expressões ‘democráticas’ do chavismo: “Te conocemos”, “Sabemos cómo vas a votar”, seguida também de ‘ações bolivarianas’ – com as ‘bandas armadas’ – atacando várias universidades, televisões, igrejas, residências, a sede do partido AD (Ação Democrática), lançamento de gás lacrimogêneo nos estudantes, prisões e acusações por qualquer motivo (menos o de ordem legal), assim como pressão aos ‘contratistas’ do governo, a infinita tolerância como os invasores de propriedades urbanas e rurais e os milhares de ‘campesinos’, sem documentos de propriedade que eram lembrados: “si te portas bien te quedas em parcela o la cooperativa, si vienes em contra, estás fuera.”

AS AÇÕES ‘BOLIVARIANAS’ promovidas pelo regime, constituídas de ameaças, bombas de gás lacrimogênio – com financiamento e logística, propaganda, sem limites nos prédios públicos, metrô, TVs e radiodifusoras, em cadeia 24 horas, restrição e ameaças contras os opositores e, até expulsão imediata do país de pessoas ‘inconvenientes’, com reiteradas e sugestivas ameaças; reclamações eram ouvidas com ‘extrema seriedade’ pelos ‘arbitros electorales’ e respondidas de imediato, como decisão final: “Estamos procesando las denuncias”, todas essas ações - obviamente na vigência do Estado Democrático de Direito – configurariam TERRORISMO DE ESTADO, típicas dos regimes comunistas, metamorfoseado em ‘socialismo del siglo XXI’.

a ‘democracia’ bolivariana, por mais retórica que façam seus dirigentes, militantes e apoiadores, até com o adjetivo de ‘excesso’ – não resiste ao menor escrutínio. O Poder Legislativo está conformado por 100% de parlamentares pertencentes a tendência do presidente; esse mesmo ‘Poder Legislativo’ decide a composição do Poder Judiciário, o qual responde 100% ao presidente. Entre ambos - Poder Legislativo e Judiciário nomeiam o Poder Eleitoral e como corolário dessa seqüência de ‘controle atrás de controle’ não pode surgir algo diferente a um poder igualmente controlado pelo presidente.

COM A DESIGNAÇÃO inconstitucional de 12 magistrados para o Tribunal Superior de Justiça – TSJ, substituindo os juízes não ‘revolucionários’ acabou com o último resquício de independência do Poder Judiciário.

A EXPERIÊNCIA HISTÓRICA, civilizada diz:

"Nos países em que o juiz, destituído de independência, parece mais habituado a prestar serviços do que a sentenciar, as leis devem prontamente registrar o costume, e é por isso que elas mudam depressa. Nos países em que, como na Inglaterra, o juiz permanece muito independente, não há necessidade de tocar nas leis; é o próprio magistrado que as transforma." Gustave Le Bon (1841-1931), in A Psycologia Politica.
NO ‘parlamento’ venezuelano representado pela ‘Asemblea Nacional - AN (o Congresso foi extinto pelo próprio CHÁVEZ) não há deputados opositores, e o Teniente-Coronel-golpista-presidente ‘transferiu’ a si próprio os poderes legislativos para legislar de forma absoluta através da Ley Habilitante. E, ainda proclama o poder del pueblo, mediante aplausos e até delírios dos devotos.
Como todo regime DE VIÉS autocrático – depende de quem manda, do que diz, pratica, reafirma e até dos seus espirros. Basta um breve exemplo - ISAÍAS RODRÍGUEZ passou de vice-presidente da República a fiscal geral da República, logo a Presidente do Conselho Nacional Eleitoral (Consejo Nacional Electoral), a magistrado do Tribunal Supremo de Justicia (Tribunal Supremo de Justicia), enquanto JORGE RODRÍGUEZ de ex-presidente do Conselho Supremo Eleitoral a vice-presidente da República.
Pero os aplausos não cessam, especialmente, porque segundo o democida do Caribe o resultado favorável salvou Cuba - e que pelo que se vê é 'admirado' até pelo nosso honrado presidente da Ordem dos Advogados do Brasil que lá esteve e, pelo que parece não viu, não quis ou não pode ver - o Gulag cubano. Mas não deixou de criticar enfaticamente o 'embargo'. Colo a notícia:

Presidente da OAB se reúne hoje com ministra da Justiça cubana

Havana (Cuba), 18/02/2009 - O presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Cezar Britto, será recebido hoje (18) pela manhã pela ministra da Justiça cubana, Maria Esther Reus, em Havana (Cuba). Em seguida, Britto participará de um almoço com a Presidência da Organização Nacional de Escritórios de Advocacia Coletivos (ONBC), na Casa do Advogado de Calabazar, também em Havana.

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