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quarta-feira, 2 de janeiro de 2019

Brasil e EUA trabalharão juntos contra governos autoritários, diz enviado de Trump


Após se reunir com novo chanceler brasileiro, secretário de Estado Mike Pompeo mencionou, especificamente, Venezuela, Cuba e Nicarágua
Eliane Oliveira
O Globo

O novo chanceler brasileiro, Ernesto Araújo, e o secretário de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo, en entrevista coletiva no Palácio do Itamaraty
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil / Agência O Globo

BRASÍLIA - Brasil e Estados Unidos vão trabalhar juntos contra governos autoritários. Este foi um dos principais temas tratados em uma reunião bilateral, na manhã desta quarta-feira, entre o novo ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, e o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, enviado do presidente Donald Trump à posse de Jair Bolsonaro. Segundo Pompeo, essas ditaduras têm nomes: Venezuela, Cuba e Nicarágua.

— Ao vir ao Brasil, pude testemunhar uma transição pacífica do poder. Há povos que não têm esses direito, como os da Venezuela, de Cuba e da Nicarágua. Vamos trabalhar contra esses governos autoritários — afirmou Pompeo, sem entrar em detalhes de como seria essa investida. — Em termos de modalidades de operações, o que existe é um entendimento comum de que vamos trabalhar com parceiros que compartilham o que pensamos. O importante é que as pessoas tenham oportunidades reais, justas, recíprocas, de forma transparente — completou.

O conselheiro de Segurança Nacional de Trump, John Bolton, que visitou Bolsonaro em novembro no Rio, costuma chamar os três países mencionados por Pompeo de "troica da tirania".

O secretário de Estado americano lembrou que existe um fórum permanente entre Brasil e EUA, criado recentemente, que será usado, de um lado, para criar oportunidades para os dois países e, ao mesmo tempo, atuar contra os governos ditos bolivarianos. Pompeo afirmou que o sistema político de Cuba, instituído há 60 anos, foi um fracasso. Acrescentou que, no caso da Venezuela, o que se deseja é a democracia para o povo venezuelano.

— Queremos tornar a vida dos cidadãos do mundo todo melhor — enfatizou.
 
Pompeo destacou que Washington está satisfeito com as ideias do governo de Jair Bolsonaro. Disse que os dois países também vão trabalhar para melhorar o ambiente de negócios. Os acordos comerciais, frisou, devem ser pautados por motivações econômicas.

— Há países que querem fazer negócios não por razões comerciais, mas por razões políticas. Vamos melhorar a vida dos povos do Brasil e dos EUA.

Já Ernesto Araújo disse que as relações bilaterais tendem a se aprofundar ao longo dos próximos meses, com "ideias concretas para trabalharmos pelo bem, por uma ordem internacional diferente, com valores econômicos". Segundo ele, essa nova etapa vai garantir o crescimento da economia brasileira e a criação de empregos e oportunidades.

Lembrado de que, há alguns meses, o presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou que é difícil lidar com o Brasil, devido a uma série de empecilhos impostos a empresas americanas, Araújo disse que o novo governo vai trabalhar em favor dos ideais do povo brasileiro.

— O Brasil tem se colocado como um país grande. Um país que deve trabalhar em favor de seus valores, dos ideais de seu povo e para o desenvolvimento econômico.

Detenção na Rússia

O secretário de Estado dos EUA também comentou rapidamente a detenção, em 28 de dezembro, pela Rússia, de um cidadão americano Paul Whelan, suspeito de espionagem. A família de Whelan garante que ele é inocente.

— Temos esperança de que, nas próximas horas, teremos acesso a mais informações e conhecimento das acusações, para entendermos do que ele foi acusado, e exigiremos sua libertação imediata — afirmou.


02/01/2019


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