Por Reinaldo Azevedo
E
continua a lista com os nomes das vítimas dos terroristas de esquerda.
Neste grupo, destaca-se a impressionante covardia de Carlos Lamarca, o
grande herói do panteão da mistificação. Sabe-se que era um assassino
frio. Mas prestem atenção às circunstâncias da morte de Alberto Mendes
Junior, a vítima nº 56. Lamarca era também perverso.
51 – 17/01/70 – José Geraldo Alves Cursino, sargento da PM – São Paulo
Morto a tiros por terroristas.
52 – 20/02/70 – Antônio Aparecido Posso Nogueró, sargento da PM – São Paulo
Morto pelo terrorista Antônio Raimundo de Lucena quando tentava impedir um ato terrorista no Jardim Cerejeiras, Atibaia/SP.
53 – 11/03/70 – Newton de Oliveira Nascimento, soldado da PM – Rio de Janeiro
No dia 11/03/70, os militantes do grupo tático armado da ALN
Mário de Souza Prata, Rômulo Noronha de Albuquerque e Jorge Raimundo
Júnior deslocavam-se num carro Corcel azul, roubado, dirigido pelo
último, quando foram interceptados no bairro de Laranjeiras por uma
patrulha da PM. Suspeitando do motorista, pela pouca idade que
aparentava, e verificando que Jorge Raimundo não portava habilitação, os
policiais ordenaram-lhe que entrasse no veículo policial, junto com
Rômulo Noronha Albuquerque, enquanto Mauro de Souza Prata, acompanhado
de um dos soldados, iria dirigindo o Corcel até a delegacia mais
próxima. Aproveitando-se do descuido dos policiais, que não revistaram
os detidos, Mário, ao manobrar o veículo para colocá-lo à frente da
viatura policial, sacou de uma arma e atirou, matando com um tiro na
testa o soldado da PM Newton Oliveira Nascimento, que o escoltava no
carro roubado. O soldado Newton deixou a viúva dona Luci e duas filhas
menores, de quatro e dois anos.
54 – 31/03/70 – Joaquim Melo, investigador de polícia – Pernambuco
Morto por terroristas durante ação contra um “aparelho”.
55 – 02/05/70 – João Batista de Souza, guarda de segurança – São Paulo
Um comando terrorista, integrado por Devanir José de Carvalho,
Antonio André Camargo Guerra, Plínio Petersen Pereira, Waldemar Abreu e
José Rodrigues Ângelo, pelo Movimento Revolucionário Tiradentes (MRT) e
mais Eduardo Leite (Bacuri), pela Resistência Democrática (REDE),
assaltou a Companhia de Cigarros Souza Cruz, no Cambuci/SP. Na ocasião
Bacuri assassinou o guarda de segurança João Batista de Souza.
56 – 10/05/70 – Alberto Mendes Junior, primeiro-tenente da PM – São Paulo
Esta é uma das maiores expressões da covardia e da violência de
que era capaz o terrorista Carlos Lamarca. No dia 08/05/70, 7
terroristas, chefiados por ele, estavam numa pick-up e pararam num posto
de gasolina em Eldorado Paulista. Foram abordados por policiais e
reagiram a bala, conseguindo fugir. Ciente do ocorrido, o tenente Mendes
organizou uma patrulha. Em duas viaturas, dirigiu-se de Sete Barras
para Eldorado Paulista. Por volta das 21h, houve o encontro com os
terroristas, que estavam armados com fuzis FAL, enquanto os PMs portavam
o velho fuzil Mauser modelo 1908. Em nítida desvantagem bélica, vários
PMs foram feridos, e o tenente Mendes verificou que diversos de seus
comandados estavam necessitando de urgentes socorros médicos.
Julgando-se cercado, Mendes aceitou render-se desde que seus homens
pudessem receber o socorro necessário. Tendo os demais componentes da
patrulha permanecido como reféns, o tenente levou os feridos para Sete
Barras.
De madrugada, a pé e sozinho, Mendes buscou contato com os terroristas, preocupado que estava
com o restante de seus homens. Encontrou Lamarca, que decidiu seguir
com seus companheiros e com os prisioneiros para Sete Barras. Ao se
aproximarem dessa localidade, foram surpreendidos por um tiroteio,
ocasião em que dois terroristas – Edmauro Gopfert e José Araújo Nóbrega –
desgarraram-se do grupo, e os cinco terroristas restantes
embrenharam-se no mato, levando junto o tenente Mendes. Depois de
caminharem um dia e meio na mata, os terroristas e o tenente pararam
para descansar. Carlos Lamarca, Yoshitame Fujimore e Diógenes Sobrosa de
Souza afastaram-se e formaram um “tribunal revolucionário”, que
resolveu assassinar o tenente Mendes. Os outros dois, Ariston Oliveira
Lucena e Gilberto Faria Lima, ficaram vigiando o prisioneiro.
Poucos minutos depois, os três
terroristas retornaram. Yoshitame Fujimore desfechou-lhe violentos
golpes na cabeça, com a coronha de um fuzil. Caído e com a base do
crânio partida, o tenente Mendes gemia e se contorcia em dores. Diógenes
Sobrosa de Souza aplicou-lhe outros golpes na cabeça, esfacelando-a.
Ali mesmo, numa pequena vala e com seus coturnos ao lado da cabeça
ensanguentada, o tenente Mendes foi enterrado. Em 08/09/70, Ariston
Lucena foi preso pelo DOI-CODI e apontou o local onde o tenente estava
enterrado.
57 – 11/06/70 – Irlando de Moura Régis, agente da Polícia Federal – Rio de Janeiro
Foi assassinado durante o sequestro do embaixador da Alemanha,
Ehrendfried Anton Theodor Ludwig Von Holleben. A operação foi executada
pelo Comando Juarez Guimarães de Brito. Participaram Jesus Paredes Soto,
José Maurício Gradel, Sônia Eliane Lafóz, José Milton Barbosa, Eduardo
Coleen Leite (Bacuri), que matou Irlando, Herbert Eustáquio de Carvalho,
José Roberto Gonçalves de Rezende, Alex Polari de Alverga e Roberto
Chagas da Silva.
58 – 15/07/70 – Isidoro Zamboldi, segurança – São Paulo
Morto pela terrorista Ana Bursztyn durante assalto à loja Mappin.
59 – 12/08/70 – Benedito Gomes, capitão do Exército – São Paulo
Morto por terroristas, no interior do seu carro, na Estrada Velha de Campinas.
60 – 19/08/70 – Vagner Lúcio Vitorino da Silva, guarda de segurança – Rio de Janeiro
Morto durante assalto do Grupo Tático Armado da organização
terrorista MR-8 ao Banco Nacional de Minas Gerais, no bairro de Ramos.
Sônia Maria Ferreira Lima foi quem fez os disparos que o mataram.
Participaram, também, dessa ação os terroristas Reinaldo Guarany Simões,
Viriato Xavier de Melo Filho e Benjamim de Oliveira Torres Neto, os
dois últimos recém-chegados do curso em Cuba.
61 – 29/08/70 – José Armando Rodrigues, comerciante – Ceará
Proprietário da firma Ibiapaba Comércio Ltda. Após ter sido
assaltado em sua loja, foi sequestrado, barbaramente torturado e morto a
tiros por terroristas da ALN. Após seu assassinato, seu carro foi
lançado num precipício na serra de Ibiapaba, em São Benedito, CE.
Autores: ex-seminaristas Antônio Espiridião Neto e Waldemar Rodrigues
Menezes (autor dos disparos), José Sales de Oliveira, Carlos de
Montenegro Medeiros, Gilberto Telmo Sidney Marques, Timochenko Soares de
Sales e Francisco William.
62 – 14/09/70 – Bertolino Ferreira da Silva, guarda de segurança – São Paulo
Morto durante assalto praticado pelas organizações terroristas
ALN e MRT ao carro pagador da empresa Brinks, no bairro do Paraíso, em
São Paulo.
63 – 21/09/70 – Célio Tonelly, soldado da PM – São Paulo
Morto em Santo André. Quando de serviço em uma rádio-patrulha, tentou deter terroristas que ocupavam um automóvel.
64 – 22/09/70 – Autair Macedo, guarda de segurança – Rio de Janeiro
Morto por terroristas durante assalto a empresa de ônibus Amigos Unidos.
65 – 27/10/70 – Walder Xavier de Lima , sargento da Aeronáutica – Bahia
Morto quando, ao volante de uma viatura, conduzia terroristas
presos, em Salvador. O assassino, Theodomiro Romeiro dos Santos
(Marcos), o atingiu com um tiro na nuca. Organização: PCBR (Partido
Comunista Brasileiro Revolucionário).
66 – 10/11/70 – José Marques do Nascimento , civil – São Paulo
Morto por terroristas que trocavam tiros com a polícia.
67 – 10/11/70 – Garibaldo de Queiroz, soldado da PM – São Paulo
Morto em confronto com terroristas da VPR (Vanguarda Popular
Revolucionária) que faziam uma panfletagem armada na Vila Prudente, São
Paulo.
68 – 10/11/70 – José Aleixo Nunes, soldado da PM – São Paulo
Também morto na ocorrência relatada acima.
69 – 10/12/70 – Hélio de Carvalho Araújo, agente da Polícia Federal – Rio de Janeiro
No dia 07/12, o embaixador da Suíça no Brasil, Giovanni Enrico
Bucher, foi sequestrado pela VPR. Participaram da operação os
terroristas Adair Gonçalves Reis, Gerson Theodoro de Oliveira, Maurício
Guilherme da Silveira, Alex Polari de Alverga, Inês Etienne Romeu,
Alfredo Sirkis, Herbert Eustáquio de Carvalho e Carlos Lamarca. Após
interceptar o carro que conduzia o embaixador, Carlos Lamarca bateu com
um revólver Smith-Wesson, cano longo, calibre 38, no vidro do carro.
Abriu a porta traseira e, a uma distância de dois metros, atirou, duas
vezes contra o agente Hélio. Os terroristas levaram o embaixador e
deixaram o agente agonizando. Transferido para o hospital Miguel Couto,
morreu no dia 10/12/70.
70 – 07/01/71 – Marcelo Costa Tavares, estudante – Minas Gerais
Morto por terroristas durante um assalto ao Banco Nacional de Minas Gerais.
Autor dos disparos: Newton Moraes.
71 – 12/02/71 – Américo Cassiolato, soldado da PM – São Paulo
Morto por terroristas em Pirapora do Bom Jesus.
72 – 20/02/71 – Fernando Pereira, comerciário – Rio de Janeiro
Morto por terroristas quando tentava impedir um assalto ao estabelecimento “Casa do Arroz”, do qual era gerente.
73 – 08/03/71 – Djalma Peluci Batista, soldado da PM – Rio de Janeiro
Morto por terroristas, durante assalto ao Banco do Estado do Rio de Janeiro.
74 – 24/03/71 – Mateus Levino dos Santos, tenente da FAB – Pernambuco
O PCBR necessitava roubar um carro para participar do sequestro
do cônsul norte-americano, em Recife. No dia 26/06/70, o grupo decidiu
roubar um Fusca, estacionado em Jaboatão dos Guararapes, na Grande
Recife, nas proximidades do Hospital da Aeronáutica. Ao tentarem render o
motorista, descobriram tratar-se de um tenente da Aeronáutica. Carlos
Alberto disparou dois tiros contra o militar: um na cabeça e outro no
pescoço. Depois de nove meses de intenso sofrimento, morreu no dia 24 de
março de 1971, deixando viúva e duas filhas menores. O imprevisto levou
o PCBR a desistir do sequestro.
75 – 04/04/71 – José Julio Toja Martinez, major do Exército – Rio de Janeiro
No início de abril, a Brigada Pára-Quedista recebeu uma
denúncia de que um casal de terroristas ocupara uma casa localizada na
rua Niquelândia, 23, em Campo Grande/RJ. Não desejando passar esse
informe à 2ª Seção do então I Exército, sem aprofundá-lo, a 2ª Seção da
Brigada, chefiada pelo major Martinez, montou um esquema de vigilância
da casa. Por volta das 23h, chega um casal de táxi. A mulher ostentava
uma volumosa barriga, sugerindo gravidez.
O major Martinez acabara de concluir o
curso da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército, onde, por três
anos, exatamente o período em que a guerra revolucionária se
desenvolvera, estivera afastado desses problemas em função da própria
vida escolar bastante intensa. Estagiário na Brigada de Pára-Quedista, a
quem também não estava afeta a missão de combate à subversão, não se
havia habituado à virulência da ação terrorista.
Julgando que o casal nada tinha a ver
com a subversão, Martinez iniciou a travessia da rua, a fim de
solicitar-lhe que se afastasse daquela área. Ato contínuo, da barriga,
formada por uma cesta para pão com uma abertura para saque da arma ali
escondida, a “grávida” retirou um revólver, matando-o antes que pudesse
esboçar qualquer reação. O capitão Parreira, de sua equipe, ao sair em
sua defesa, foi gravemente ferido por um tiro desferido pelo terrorista.
Nesse momento, os demais agentes desencadearam cerrado tiroteio, que
causou a morte do casal de terroristas. Eram os militantes do MR-8 Mário
de Souza Prata e Marilena Villas-Bôas Pinto, responsáveis por uma
extensa lista de atos terroristas. No “aparelho” do casal, foram
encontrados explosivos, munição e armas, além de dezenas de
levantamentos de bancos, de supermercados, de diplomatas estrangeiros e
de generais do Exército. Martinez deixou viúva e quatro filhos, três
meninas e um menino, a mais velha, à época, com 11 anos.
76 – 07/04/71 – Maria Alice Matos, empregada doméstica – Rio de Janeiro
Morta por terroristas quando do assalto a um depósito de material de construção.
77 – 15/04/71 – Henning Albert Boilesen, industrial – São Paulo
Quando da criação da Operação Bandeirante, o então comandante
do II Exército, general Canavarro, reuniu-se com o governador do Estado
de São Paulo, com várias autoridades federais, estaduais, municipais e
com industriais paulistas para solicitar o apoio para um órgão que
necessitava ser criado com rapidez, a fim de fazer frente ao crescente
terrorismo que estava em curso no Estado de São Paulo. Assim, vários
industriais, entre eles Boilesen, se cotizaram para atender ao pedido
daquela autoridade militar. Por decisão de Lamarca, Boilesen, um
dinamarquês naturalizado brasileiro, foi assassinado. Participaram da
ação os terroristas Yuri Xavier Pereira, Joaquim Alencar Seixas, José
Milton Barbosa, Dimas Antonio Casimiro e Antonio Sérgio de Matos. No
relatório escrito por Yuri, e apreendido pela polícia, aparecem as
frases “durante a fuga trocávamos olhares de contentamento e satisfação.
Mais uma vitória da Revolução Brasileira”. Vários carros e casas foram
atingidos por projéteis. Duas mulheres foram feridas. Sobre o corpo de
Boilesen, atingido por 19 tiros, panfletos da ALN e do MRT, dirigidos
“Ao Povo Brasileiro”, traziam a ameaça: “Como ele, existem muitos outros
e sabemos quem são. Todos terão o mesmo fim, não importa quanto tempo
demore; o que importa é que eles sentirão o peso da JUSTIÇA
REVOLUCIONÁRIA. Olho por olho, dente por dente”.
78 – 10/05/71 – Manoel da Silva Neto, soldado PM – São Paulo
Morto por terroristas durante assalto à Empresa de Transporte Tusa.
79 – 14/05/71 – Adilson Sampaio, artesão – Rio de Janeiro
Morto por terroristas durante assalto às lojas Gaio Marti.
80 – 09/06/71 – Antônio Lisboa Ceres de Oliveira, civil – Rio de Janeiro
Morto por terroristas durante assalto à boate Comodoro.
12/12/2014
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