O cheiro pútrido invade as narinas da nação e nem assim se faz justiça. Escândalo mesmo é isso.
Augusto Nunes
VLADY OLIVER
Com cheiro de bosque, cor de bosque, cara de bosque, consistência de bosque. E a justiça que fingiu que não viu a quadrilha aboletada no poder é obrigada agora a engolir um mar de lama se aproximando inexoravelmente da coisona pública toda.
Não sei se vou adquirir essa fleugma segura de quem conhece estes escaninhos políticos – como o mestre Augusto Nunes – ou nunca passarei de um tremendo indignado com tudo o que vejo desfilar em minha frente. A coisa está irremediavelmente podre. Tem cheiro de coisa podre e atributos de coisa podre, mas sua essência nauseabunda nem sempre é corretamente identificada pelos narizes incautos desta república de bananas da terra.
Enquanto saudamos a primeira vez que alguns tubarões entram no cercadinho da Polícia Federal, também sabemos que a lista de “otoridades” envolvidas na roubalheira ainda é um solene segredo, correto? Vi minha sobrinha tentar enganar o próprio pai estes dias, tentando convencê-lo de que o mundialmente famoso discurso do “cachorro atrás de cada criancinha brazuca” nada mais é que um efeito especial parido pelo golpistas da revista VEJA, aquela que é queimada em salas de aula de universidades públicas que são verdadeiras privadas ideológicas.
Que tempos estes, não?
Você apresenta as provas do crime, o criminoso confessa sua participação, negocia um abrandamento da pena, denuncia o esquema criminoso e nada disso é avassalador o suficiente para a desgraça fossa admitir que é uma anta disfarçada de caveira.
Eu duvido de muita coisa por aqui, menos da ousadia desmesurada dessa gente tosca. Tudo leva a crer que a quadrilha no poder se move como quadrilha, se defende como quadrilha, se junta como quadrilha e nem assim o STF consegue ver sua verdadeira natureza. Tungar a sociedade agora é uma questão de honra avessa dessa gente manca. Mentir, dissimular e negar até o fim dos seus propósitos pilantras será a palavra de ordem, repetida como um mantra, dessa camarilha financiada com o nosso lombo combalido. Acho que vamos precisar de algo mais que simples burocracia tupi-guaraná para apear essa gente do dorso dos pagantes, meus caros.
Por este prisma, o impeachment é sim de uma urgência urgentíssima, clamando para que a classe política finalmente tome vergonha na cara parva e comece a fazer a vontade soberana do povo que paga a conta.
O país parou. Estacionou fragorosamente sua embarcação à deriva para exigir ser tratado com um pingo de respeito por toda essa laia, que finge não ver as manifestações país afora, aceita passivamente o resultado de uma eleição fraudada por todos os lados e permite que milícias vagabundas sejam financiadas com o NOSSO DINHEIRO PÚBLICO para ficarem diuturna e noturnamente achincalhando, constrangendo e ameaçando pobres pagadores dos impostos mais vergonhosos do planeta.
Não sei até quando a corda não rói os pescoços, meus caros, mas os olhos fora das órbitas de Khadafi, que tudo vêem, já estão vendo a pororoca assoreando as margens da decência. Há um plano por trás de tudo isso. Uma tal de Pátria Grande, que é o sonho de consumo e sadismo de dez em cada dez candidatos a ditadores picaretas dessa América prostrada na latrina.
A seita vagabunda se move pela causa. Sabe que os “meninos do Brasil” não são mais peça de ficção, mas a gangue da qual a camorra deve sua eleição este ano ameaçador. Ninguém foi atrás da Smartmatic até o momento. Ninguém quis saber o que fazia por aqui aquele “ministro da agitação” bolivariano e sua babá de garrucha na lancheira. Ninguém foi perguntar para os pobres nordestinos sob que pressões tiveram que votar na Máfia da petralharia.
E depois querem me fazer acreditar nessa oposiçãozinha bamba, nos jornalistas cheios de moscas cobrindo as manifestações para ninguém ver e nos nobres togados que não enxergam uma quadrilha onde já há um exército. É nesse caldo que o bosque prolifera, meus caros. O cheiro pútrido invade as narinas da nação e nem assim se faz justiça. Escândalo mesmo é isso.
19/11/2014
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