Por Augusto Nunes
Na noite de 11 de setembro, sentada no banco de trás do carro que seguia para o hotel no Rio, a repórter da Folha que acompanhava Marina Silva perguntou à candidata o que achara dos ataques que Lula lhe fizera na véspera. Marina, segundo a jornalista, teve de conter o choro enquanto murmurava, com voz embargada, que não pretendia revidar às agressões verbais.
A reação naturalíssima não valia mais que uma nota no pé da página, mas foi noticiada com destaque.
E Dilma Rousseff, instruída pelo marqueteiro João Santana, tentou transformar o choro que ninguém viu na prova definitiva de que Marina não estava preparada para governar o país.
“Presidente da República sofre pressão 24 horas por dia”, caprichou no dilmês castiço.
“Se a pessoa não quer ser pressionada, não quer ser criticada, se não quer que falem dela, não dá para ser presidente da República”.
Nesta quinta-feira, já no começo da entrevista concedida a uma repórter do SBT depois do debate com Aécio Neves, Dilma empacou no meio da palavra inequívoco: “Ineq,.. inequ… inequi…”, tropeçou.
“Eu não tô… muito… ” A repórter perguntou se estava se sentindo mal.
“A pressão caiu”, disse enquanto um assessor atarantado providencia cadeira, água e açúcar.
Mais algum tempo e lá veio a explicação gaguejada: “Eu tive uma queda de pressão. Acredito que… é óbvio que um debate… ele é sempre … exige muito da gente”.
Pressionada por Aécio Neves durante 100 minutos, a mulher que se gabou de resistir a 24 horas de pressões por dia confessou que ficara desorientada por causa da pressão.
Não demorou a recuperar-se, informaram a restauração da carranca e o olhar furioso endereçado à repórter que, em obediência à legislação eleitoral, dera a conversa por encerrada.
Segundo o parecer com que procurou desqualificar Marina Silva, a candidata a um segundo mandato não está pronta para ser presidente.
17.10.2014
sexta-feira, 17 de outubro de 2014
Pressionada por Aécio no debate do SBT, a presidente que se gabou de resistir a pressões 24 horas por dia perde o rumo no meio da entrevista e culpa a pressão
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