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quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

A política do medo


Por Rivadavia Rosa


O DNA terrorista, quando não adota a praxis da violência, segue estratégias de reconfiguração ‘pós-moderna’ inspirada no fundador do bolchevismo totalitário como o:
 -terrorismo intelectual que consiste num conjunto de mecanismos jornalísticos e publicitários inventado por Lênin para intimidar e reduzir ao silêncio os ‘inimigos’ do comunismo (a regra leninista do debate políticonão é persuadir o adversário, nem apontar seus erros, mas destruí-lo, cuja ‘máxima’ do fundador do totalitarismo comunista é explícita - Acuse os outros de fazer o que você está fazendo”. Lênin (Vladimir Illitch Uliânov - Влади́мир Ильи́ч Улья́нов - 1870-1024).


 -terrorismo social (necessariamente ‘social’) - representado por ações planejadas, estratégias e táticas de configuração ‘pós modernas’ de guerra em que os que contrariam a sua posição ou os que detêm direitos ou prerrogativas com os quais  não concorda e quer eliminar – é definido como “inimigo” –           passando a “combatê-los” por meio de “batalhões de informações”, utilizando-se dos veículos de comunicação – para convencer a sociedade, a apoiar medidas supostamente justa contra pessoas e instituições que quer aniquilar, pressionando desta forma os poderes constituídos como - Executivo, Judiciário e Legislativo para obter as decisões que lhe sejam convenientes e favoráveis, dando assim ao método a aparência de legítimos e democráticos.

 Nesse desiderato insensato e criminoso impõe-se o medo político.  O medo tem sido utilizado no curso da história como um dos instrumentos de dominação mais eficaz e contundente; quem inspira temor a outras pessoas tem em suas mãos, em geral uma arma perversamente poderosa, que lhe permite impor sua vontade sem gerar resistências ou oposição.



 O certo é que há diferentes maneiras de inspirar medo aos cidadãos e de induzi-los a não questionar as decisões políticas dos governantes; atemoriza-se a sociedade não só quando se impõem políticas violentas ou repressivas, mas também quando são manipulados  recursos e fundos públicos com fins intimidatórios ou quando se manejam abusiva e tendenciosamente outros recursos ou procedimentos não menos essenciais de nosso tempo, como a publicidade seletivamente a certos órgãos da mídia, ou a pura informação, assim quando se utilizam os órgãos do Estado (Polícia, Serviço de Inteligência, Fisco, MP e até a Justiça) para propósitos ou fins desviados de sua finalidade legal.


 Com freqüência também se amedronta ou pressiona aos cidadãos mediante a advertência ou ameaça aberta ou implícita de que em um futuro mais ou menos perto pode chegar a apresentar situações públicas de instabilidade e até de caos generalizado se não se acatam as medidas que o governo considera de imprescindível aprovação ou execução (do ‘casuísmo para o caosismo’).

Para isso o governo conta até com um ‘exército marginal da reserva’, conhecido como ‘movimentos sociais’ utilizados para restringir não só as atividades produtivas no campo, mas também o sagrado direito de ir e vir. Desse modo, se instala o medo na comunidade e se dissuade a população de qualquer intento de questionar ou divergir das decisões adotadas pelo poder público. O medo e a intimidação se convertem assim em instrumentos políticos destinados a impedir que prospere todo gesto de oposição ou crítica frente às políticas instrumentalizadas pelo governo, muitas vezes contrárias à própria comunidade.

O medo político tem ainda um claro efeito inibitório até sobre o pensamento: anula toda atitude de rebeldia ou de inconformidade. Mais ainda: destrói todo vestígio de criatividade individual e social, toda expressão de dissenso. O medo, em definitivo ‘assassina’ o futuro, pois é sabido que só o discurso racional e livre de condicionamentos conduz à criatividade social e política voltada (projetada) para o futuro.

Assim, o medo político – como fator socialmente perverso desestimula a criatividade individual e o espírito crítico e a política que deveriam servir para enfrentar e desativar o medo, acabam por estimular essa conduta negativa.
 Porém, a sociedade há de encontrar forças para corrigir as deformações e as patologias que corroem o espírito das instituições republicanas, como se está conduzindo o país, com a outorga de mais ‘poderes’ ao Executivo pela excessiva edição de medidas provisórias e, agora tenta-se até a edição de ‘decreto’ com força de ‘lei’, o que anula o Poder Legislativo, degradando a qualidade institucional afetadas por essas medidas, assim com o enfraquecimento da segurança jurídica e da segurança econômica restringindo justamente a adoção de  políticas públicas e estratégias de curto, médio e longo prazo, para melhorar a educação, dotar o País de condições para o desenvolvimento sustentável, restabelecer e manter a segurança pública.


 Esses objetivos somente serão atingidos se evitarmos a reiterada política do medo com sua influencia deletéria dominante e dissuasória sobre a cidadania. As mudanças e avanços que devem ser instrumentalizados somente poderão ser concretizados ativando o pensamento livre; e o pensamento livre só é imaginável em um sociedade sem temor e tremor.

A história, inclusive atual, é o exemplo dessa verdade irrefutável.

 
Abs RR

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