Por Maria Lucia Victor Barbosa
O presidente Lula da Silva, que há dois anos usa e abusa do poder político e econômico fazendo campanha para a candidata que escolheu por não ter alternativas entre petistas históricos, uma vez que todos eles foram envolvidos em escândalos e perderam os altos cargos que desfrutavam, afiançou com a certeza de um píton que Dilma Rousseff vai ganhar.
Difícil saber se isso acontecerá, em todo caso, essa certeza absoluta pode, em parte, justificar os estapafúrdios fatos que vêm ocorrendo, tanto na política interna quanto externa da governança petista.
Disse em parte porque tal certeza não estaria também alicerçada no respaldo de certas forças globais?
Não seríamos tão-somente uma das peças de um jogo mais amplo?
Internamente relembro, por exemplo, o Plano de Direitos Humanos lançado por um grupo de mentores presidenciais e apresentado como plano de governo Rousseff. Logo foi transformado em decreto já assinado pelo presidente da República.
Nesse Plano, o PT esquerdista de outros tempos arregaça os dentes, especialmente, contra a propriedade, a Justiça, a Igreja, a liberdade de pensamento.
Algo impróprio numa campanha, pois faz da candidata uma figura assustadora, não para o povo em geral que desconhece esse tipo de assunto, mas para algumas importantes instituições sociais que interferem como formadoras de opinião nas opções eleitorais.
Para atenuar o impacto negativo do tal Plano algumas palavras foram mudadas, algumas concessões feitas, mas, a essência das diretrizes autoritárias de um possível governo Rousseff continua a sinalizar a transformação do Brasil numa gigantesca Cuba.
Na desastrosa política externa, gestada na mente de Marco Aurélio Garcia e que tem como coadjuvante Celso Amorim, um dos objetivos, segundo dizem, é fazer do Brasil potência mundial acima de todas e sentar Lula da Silva num cargo de relevância planetária depois que ele deixasse a presidência da República.
Outra meta é o sonhado, há quase oito anos, assento permanente no Conselho de Segurança da ONU.
De novo é de se estranhar que o PT pretenda concretizar essas ambições batendo de frente com os Estados Unidos, com a Europa, com a China, como está acontecendo no caso do Irã.
Se internamente Lula da Silva é exaltado como “salvador do mundo” (ele gosta de se comparar a Jesus Cristo), para uso externo o esdrúxulo apoio lançou desconfiança sobre a diplomacia brasileira que dá total suporte ao tirano Ahmadinejad que ganhou eleições sob a suspeita de fraude, que tem perseguido, torturado, matado dissidentes e minorias sociais, que mantém a obsessão destruir Israel e de construir de um arsenal atômico.
Acontece que ninguém governa sozinho, ninguém faz o que quer no mundo globalizado onde tudo e todos estão interligados.
Tampouco Lula da Silva comanda o espetáculo mundial, regional e nacional.
Ele é apenas, digamos, um simpático e animado clown que dá cambalhotas e faz a platéia rir.
Se a platéia internacional já não está achando tanta graça no piadista e sorridente brasileiro é bom perguntar:
A quem interessa o comportamento ditado pelo Itamaraty a Lula da Silva?
Que forças mundiais se aglutinam fortalecer o segmento da América Latina comandado por Chávez?
Quem de fato deseja enfraquecer potências mundiais como os Estados Unidos, fazendo emergir os Hitler modernos, como o famigerado Ahmadinejad?
Com quais poderes obscuros nosso país está agora em consonância para se expor dessa maneira, se colocando numa situação de desgaste internacional?
Será que alguém duvida que, sempre existiram comandos invisíveis aos quais o homem comum obedece sem perceber?
Processos que desembocam na união de interesses nos quais nós, pobres mortais, nem sonhamos interferir?
Será que até os que possuem lustros de educação formal se esqueceram da existência tenebrosa dos totalitarismos do século passado, o comunismo e o nazismo?
Entretanto, não apenas bombas destroem países. Essas têm efeitos imediatos e devastadores. Mas há outros meios de atingir, desorganizar, acabar com uma sociedade: a droga.
Nesse sentido o candidato José Serra tocou num ponto crucial da segurança brasileira ao se referir a enorme quantidade de cocaína que sai da Bolívia sob as vistas grossas do governo e entra no Brasil. Também é preciso lembrar que as impiedosas e terroristas Farc, compostas de narcotraficantes, já estão comodamente instaladas entre nós.
A quem interessa isso?
Ao alerta de José Serra, Lula da Silva reagiu ao seu estilo, com deboche. Rousseff, conforme sua personalidade, duramente. Disse ela que a atitude de Serra não é a de um estadista.
O que será que Rousseff entende por estadista?
Será que quer se transformar, se ganhar, na estadista do pó?
E será que queremos esse tipo de governo para nossos filhos e netos?
Maria Lucia Victor Barbosa é socióloga.
segunda-feira, 31 de maio de 2010
A QUEM INTERESSA? - Maria Lucia Victor Barbosa
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