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quarta-feira, 28 de maio de 2008

A mentira da dona DILMA


A MENTIRA É BAIXINHA TEM PERNAS CURTAS E USA ÓCULOS
Não acreditem em nada que ela disse, que esteja dizendo ou vier a dizer...



Otto von Bismarck (1815-1898) dizia que "as pessoas nunca mentem tanto quanto depois de uma caçada, durante uma guerra e antes de uma eleição". Bismarck entendia bem de guerra, caça, eleição e mentira. Primeiro chanceler do império alemão, patrono do sufrágio universal em seu país, foi idealizador do primeiro sistema de previdência social do mundo e um magistral manipulador de vaidades. Exageros, citações tiradas do contexto, omissões, montagens maliciosas de imagens do adversário, mentiras, falsificações e fraudes fazem parte do espetáculo eleitoral desde que as sociedades decidiram por essa forma de escolha dos governantes.

O psicólogo americano Gerald Jellison, da Universidade do Sul da Califórnia, calcula que, no decorrer de um dia normal qualquer (fora de períodos eleitorais), uma pessoa escuta, vê ou lê duas centenas de mentiras – uma inverdade a cada cinco minutos. A maioria delas são inofensivas mentiras sociais que ajudam a harmonizar as relações interpessoais no cotidiano.

"Seu corte de cabelo ficou ótimo" ou "o trânsito estava um caos, por isso me atrasei" constituem exemplos clássicos. Só uma pequena porcentagem é de mentiras que machucam ou ocasionam prejuízo material ou moral aos outros. Em tempos eleitorais, a taxa de mentira se multiplica geometricamente (veja reportagem seguinte). Mas também na vida pública existe uma gradação do potencial destrutivo das mentiras. Elas podem variar de uma omissão necessária e justificável até uma fraude com o efeito de enriquecer pessoas e grupos.

A primeira-ministra Margaret Thatcher mentiu ao negar ter dado a ordem de afundamento do navio argentino em que 400 marinheiros morreram durante a Guerra das Malvinas, em 1982.

"Um político de sucesso, com muitos anos de carreira, foi obrigado a aprender a mentir de um modo tão profissional diante das câmeras que a imensa maioria das pessoas e mesmo os profissionais do comportamento humano não são capazes de detectar seus deslizes", disse Paul Ekman, professor de psicologia da Universidade da Califórnia, considerado o maior especialista mundial em detecção de mentira, campo a que se dedica há trinta anos. Políticos se equiparam aos atores na capacidade de fingir.

Ambos o fazem por necessidade profissional. Profissionais treinados são capazes de perceber em mais de 70% dos casos, em grupos controlados de estudo, se uma pessoa comum está mentindo.

"Quando fazemos o mesmo estudo tendo como voluntários políticos e atores, a taxa de acerto cai para menos de 10%", relata o professor Ekman. No caso de atores e poetas, quanto mais completamente eles mentem, melhor fica o espetáculo para o distinto público. No caso dos políticos é outra história – e não obrigatoriamente ruim para sua biografia. No mundo político, a mentira requer uma análise mais complexa.

Para começo de conversa, a mentira política nasceu como irmã gêmea da democracia na Grécia antiga. "Em outras situações, a mentira diminui e macula a alma. Mas ela é permitida quando é proferida no interesse do Estado", escreveu o filósofo grego Platão, que viveu no século IV a.C., o dos grandes dramaturgos, poetas e políticos que lançaram as bases da civilização ocidental.

Desnecessário dizer que todas as grandes mentiras da história humana, engendradas por governantes, políticos, religiosos, líderes revolucionários e manipuladores de todos os matizes, foram colocadas em circulação em nome do interesse do Estado, do bem comum ou da liberação dos oprimidos.

Mentiras oficiais são protegidas por leis de sigilo que as mantêm longe do público em alguns casos, como nos Estados Unidos, por até 25 anos.

"A democracia é um sistema tão impressionante que produz resultados positivos, em geral, com o somatório de interesses mesquinhos", escreveu o francês Alexis de Tocqueville, historiador e sociólogo do século XIX que se encantou com o sistema político dos Estados Unidos.

Esperemos que o mesmo se aplique ao Brasil neste momento de tantas incertezas políticas e econômicas.


Trecho da matéria sobre a MENTIRA, de Tania Menai e Roseli Loturco,
publicado na revista VEJA em 2002

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