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sábado, 24 de outubro de 2009

Primores de ternura 2A - Olavo de Carvalho

Primores de ternura - 2

Por Olavo de Carvalho

O desarmamento da população civil, a criminalização fácil das ações policiais mais corriqueiras, a leniência proposital para com os delinquentes juvenis, a tolerância ou mesmo incentivo à violência nas escolas - tudo isso converge com a estratégia do movimento revolucionário no empenho de demolir as defesas da sociedade por meio da criminalidade triunfante.


Nos anos 50-60, a união simbiótica de revolução e crime passou por um upgrade formidável, deixando de ser apenas uma prática consagrada e um objeto de exortações retóricas e tornando-se alvo de teorização sistemática por parte dos pensadores marxistas, especialmente da Escola de Frankfurt.


Segundo Herbert Marcuse, o mais popular dentre esses autores na época e um queridinho da grande mídia americana, o proletariado industrial já não servia como classe revolucionária, por ter sido corrompido pelas benesses do capitalismo.


Em vez de tirar desse óbvio desmentido dos prognósticos de Marx quanto à miséria crescente dos trabalhadores no livre mercado a conclusão lógica de que o marxismo não servia para grande coisa, Marcuse achou que podia consertar a teoria simplesmente buscando uma nova classe revolucionária, definida não pela desvantagem econômica, mas por qualquer tipo de frustração psicológica.

Em vez de uma ele descobriu três:

(1) os intelectuais e estudantes, sempre revoltados contra uma sociedade que não lhes dá toda a importância que julgam merecer;

(2) todos os insatisfeitos com qualquer coisa – esposas mal amadas, gays enfezados com a empáfia masculina, crianças rebeldes à autoridade paterna, etc.;

(3) os marginais em geral: prostitutas, viciados, assassinos, estupradores e tutti quanti.

Eram essas pessoas maravilhosas, e não os proletários, que tinham de ser organizadas para corromper o "sistema", enfraquecê-lo e destruí-lo por dentro.



Antonio Gramsci
A influência de Marcuse, fundindo-se às propostas de "revolução cultural" inspiradas em Antonio Gramsci, foi tão vasta e profunda que hoje o marcusismo em ação já nem aparece associado ao nome de seu inventor: tornou-se o modo de ser natural e universal do movimento revolucionário por toda parte.

Aqui.
Diário do Comércio

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