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sábado, 24 de outubro de 2009

"Foi o nosso 11 de Setembro."

Uma prova de fogo
As cenas de um helicóptero em chamas no ar, abatido por tiros de fuzil, deram ao mundo a dimensão trágica que o banditismo atingiu no Rio de Janeiro.
A sede da Olimpíada 2016 já tem seu maior desafio: desbaratar as quadrilhas, prender os criminosos e libertar os bairros sob seu comando


Por Ronaldo França e
Ronaldo Soares

Montagem sobre fotos de Andrmourão/Ag.O Dia/AE; Fabiano Rocha/ Ag. O Globo; Fabio Guimarães/ Extra/ Ag. O Globo; Wilton Junior/ AE

VISÃO DO INFERNO

Tiroteios com armas de guerra, corpos carregados e o morto no carrinho de compras – saldo de mais um confronto da polícia carioca com traficantes – tomaram as páginas de jornais e assustaram o mundo: organizar a Olimpíada de 2016 será um enorme desafio

Será difícil.
 

Será doloroso.

Os fatos ocorridos na semana passada, no Rio de Janeiro, ilustram o tamanho e a complexidade do desafio de elevar a níveis satisfatórios a segurança na cidade que sediará os Jogos Olímpicos de 2016.

A dimensão do problema é abismal.

Das 1 020 favelas da cidade, 470 estão nas mãos de bandidos.

A dificuldade de acesso pelas vielas, a topografia montanhosa e a alta densidade populacional as transformaram em trincheiras.

Na cidade, são vendidas 20 toneladas de cocaína por ano, comércio que produz 300 milhões de reais e financia a corrida armamentista das quadrilhas que disputam territórios a bala.

Diante dessa realidade – e de cenas assombrosas, como a de um corpo despejado em um carrinho de supermercado e de policiais queimados nos escombros do helicóptero derrubado –, a pergunta que se estampou na imprensa mundial foi:

será possível para a cidade sediar a Olimpíada?

A resposta existe.

Sim, é possível.

Mas para isso precisa tomar como norte as palavras do secretário de Segurança do Rio, José Mariano Beltrame. "Foi o nosso 11 de Setembro."

A alusão aos ataques terroristas nos Estados Unidos, em 2001, se justifica.

Não tanto pela semelhança e gravidade dos acontecimentos, mas pela necessidade de o país inteiro se mobilizar para resolver o problema da segurança do Rio.

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